Os moradores do Grande ABC movimentaram R$ 260,4 milhões no primeiro trimestre de 2016 com a compra de produtos pela internet. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve aumento real (já descontada a inflação) de 0,4%. Os dados foram divulgados pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
Entre as 16 regiões do Estado que integram o levantamento, a única que apresentou crescimento real maior do que o registrado pelo Grande ABC foi a de Osasco, cuja variação foi de 1,8%.
Ao longo dos três meses iniciais de 2016, foram feitos 629 mil pedidos pelos internautas das sete cidades da região. O tíquete médio foi de R$ 413,47. O e-commerce teve participação de 4,5% no varejo restrito do Grande ABC, que exclui o faturamento dos setores de material de construção, autopeças e acessórios e concessionárias de veículos – aumento de 0,1 ponto percentual ante o mesmo período de 2015. Proporcionalmente, foi a maior participação entre as localidades do Estado pesquisadas.
O presidente do conselho de comércio eletrônico da FecomercioSP, Pedro Guasti, avalia que a explicação para a alta, no caso do específico do Grande ABC, está na organização econômica local. “A região apresenta um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais elevado do que em outras áreas. A classe C é a que foi mais afetada pela crise. Então, nas localidades com maior participação das classes A e B o e-commerce acaba sendo menos prejudicado, já que os integrantes dessas camadas sociais são os que mais consomem pela internet”, explica.
Segundo Guasti, a pesquisa, feita em parceria com a empresa E-bit, mostra que o crescimento do e-commerce vem perdendo força ao longo dos últimos anos no País. Em 2014, o faturamento com as vendas pela internet teve alta nominal (sem descontar a inflação) de 25% ante 2013. Em 2015, houve elevação nominal de 15% na comparação com 2014. Para 2016, a estimativa é a de que, ao fim do ano, seja registrado aumento de 8%.
COMÉRCIO FÍSICO
Enquanto o e-commerce ainda tem alguma força, as lojas físicas da região já vêm sofrendo com as quedas nas vendas. No primeiro trimestre, também de acordo com a FecomercioSP, o comércio do Grande ABC faturou R$ 2,6 bilhões, retração real de 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso significa que os estabelecimentos deixaram de vender R$ 273 milhões nos três meses iniciais de 2016.
Entre os segmentos que tiveram alta está o de supermercados, cuja receita foi 8,2% maior do que no primeiro trimestre de 2015. Uma das explicações é o fato de que esse tipo de loja, por trabalhar com itens de primeira necessidade, acaba sendo menos afetado pela crise.
Veículo: Jornal Diário do Grande ABC