Números refletem esforço do setor, mas o bom desempenho ainda não é suficiente para vencer a inflação. Dados deflacionados apresentam queda. Com ações concretas do novo governo, segundo semestre pode ser melhor e os atacadistas esperam fechar o ano com crescimento de até 1%.
O faturamento do setor atacadista distribuidor cresceu em termos nominais 7% em maio na comparação com o mesmo mês de 2015. No acumulado do ano, de janeiro a maio, ampliou 8,9%. Em relação a abril, houve queda de -1%. Em termos deflacionados, o faturamento ainda mantém tendência negativa, embora com menor intensidade. Na comparação com maio de 2015, a retração foi de -2,1%. De janeiro a maio, -0,7%; em relação a abril, -1,8%. A pesquisa mensal da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados), apurada pela FIA (Fundação Instituto de Administração), leva em consideração o faturamento de um conjunto representativo de empresas que fornece números preliminares sobre o setor.
“Com foco na melhoria da produtividade e da competitividade, o setor tem conseguido superar as dificuldades. No Encontro Nacional da Cadeia de Abastecimento – ENACAB, que acontece de 8 a 10 de agosto – aonde vão se reunir representantes do varejo, da indústria e do atacado distribuidor – vamos dar o pontapé inicial para que o segundo semestre seja melhor. A expectativa é gerar 20 bilhões em negócios no evento”, afirma José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da ABAD.
Embora os resultados nominais demostrem a força do setor, que continua crescendo, os dados deflacionados, segundo o Banco de Dados, mantêm tendência negativa. “A expectativa é de que o novo governo implemente as medidas emergenciais corretas para impulsionar a economia em bases sustentáveis. Se houver sucesso, teremos um cenário melhor também no que diz respeito a inflação”, diz. Segundo o presidente da ABAD, há evidências de que estamos no caminho da retomada do crescimento: “E a principal evidência é a confiança de empresários e consumidores, que começa a sair do patamar negativo”, afirma.
“Diante dessas expectativas, a retomada em 2017 é factível. Com ações concretas do novo governo, o segundo semestre de 2016 também pode ser melhor. Por isso, o setor está mais otimista e espera fechar o ano com crescimento de até 1%”, conclui José do Egito.
Sobre a ABAD
Criada em 1981, a ABAD representa nacionalmente o segmento e reúne mais de quatro mil empresas de todo o Brasil que comercializam produtos alimentícios industrializados, candies, bebidas, produtos de higiene pessoal e de limpeza doméstica, produtos farmacêuticos e de perfumaria, papelaria e material de construção, entre outros.
De acordo com os resultados da pesquisa do Ranking ABAD/Nielsen, em 2015 o segmento atacadista distribuidor apresentou queda de -6,8% em termos reais e crescimento de 3,1% em termos nominais, atingindo faturamento de R$ 218,4 bilhões, a preço de varejo. Com isso, os agentes de distribuição respondem por uma fatia de 50,6%% do mercado mercearil nacional, que foi de R$ R$ 431,3 bilhões no ano passado. É o décimo-primeiro ano consecutivo em que a participação do segmento nesse mercado permanece superior a 50%.
Assessoria de Comunicação da ABAD