Brasília – A ata reformulada da 200ª reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada, ontem, informou que a projeção de inflação da instituição para 2016 está em 6,75% tanto no cenário de referência quanto no de mercado. “O cenário básico do Comitê contempla desinflação na economia brasileira nos próximos anos”, destacou o documento. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho a previsão era de 6,9% no cenário de referência e de 7% no de mercado. No novo formato do comunicado do Copom, que se seguiu à decisão de manutenção da Selic em 14,25% ao ano, o colegiado deu detalhes sobre a taxa prevista para 2017, mas não havia mencionado a deste ano em nenhum momento.
No Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira, a mediana das estimativas dos analistas para o IPCA de 2016 estava em 7,21%. No comunicado pós-Copom, o colegiado ressaltou que a inflação segue acima do esperado no curto prazo e que em um período prolongado com inflação alta e com expectativas acima da meta pode reforçar mecanismos inerciais. Isso retardaria, de acordo com a autoridade monetária, o processo de desinflação no país.
O mesmo documento, no entanto, reforça que os ajustes na economia, se ocorrerem de forma mais célere, podem permitir ganhos de confiança e reduzir as expectativas de alta do custo de vida. “O nível de ociosidade na economia pode produzir desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom”, consideraram os membros do colegiado. Para eles, no entanto, o cenário básico e o atual balanço de riscos indicam não haver espaço para flexibilização da política monetária.
A ata ressalta que o cenário de referência leva em conta uma taxa de câmbio de R$ 3,25 e Selic ainda em 14,25% ao ano. No documento anterior, o BC trabalhava com a cotação do dólar em R$ 3,60. No RTI, estava em R$ 3,45. Já o cenário de mercado considera estimativas para câmbio e juros de analistas de mercado às vésperas do encontro da diretoria para definir o rumo da Selic.
2017 A ata do BC repetiu as expectativas para a inflação de 2017 que foram divulgadas na semana passada, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic em 14,25% ao ano. No cenário de referência a meta está em torno de 4,5% e, no de mercado, próxima a 5,3%. Com essas projeções, a ata aponta que, para 2017, a desinflação até a meta ocorre sob as hipóteses do cenário de referência. “Entretanto, no cenário de mercado, a desinflação ocorre em velocidade aquém da perseguida pelo Comitê”, trouxe o documento.
O BC revisou suas projeções para os preços administrados de 2016 e de 2017. Na ata anterior, o Copom previa uma elevação de 6,8% para este ano e no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, 6,7%. Na edição divulgada ontem a nova taxa estimada é de 6,6%. O Relatório de Mercado Focus, por sua vez, mostrou um tombo das estimativas para esta variável, passando de 6,7% para 6,38%.
Previsões para 2017
No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho, o BC informou que sua previsão para o IPCA de 2017 estava em 4,7% no cenário de referência e em 5,5% no de mercado. No Relatório de Mercado Focus de
segunda-feira, a mediana das previsões para o IPCA de 2017 caiu para 5,29%.
Veículo: Jornal Estado de Minas