São Paulo - As vendas do varejo seguem retraindo, mas podem estar ensaiando um movimento de reversão. Em junho, a queda foi de 1,1%, na comparação interanual e segundo pesquisa da Boa Vista SPC. De acordo com o indicador, esse foi um recuo mais ameno. No acumulado dos seis primeiros meses do ano, a queda é de 5,6%.
"No primeiro trimestre estava ainda pior, com uma contração acumulada de mais de 7% nas vendas. Continua ruim, mas está um pouco melhor. Essa queda está aparentemente estabilizando e a expectativa é de que ela diminua", afirma o economista da Boa Vista SPC, Flavio Calife.
Apesar dessa percepção, ele ressalta que o varejo não deve apresentar crescimento ainda este ano, e que apenas em 2017 uma recuperação do setor possa ser sentida. "Isso se as expectativas para a macroeconomia se concretizarem. Temos que ter, principalmente, uma retomada do mercado de trabalho", complementa.
No acumulado dos últimos 12 meses a queda observada foi de 5,3%. Já na comparação com o mês de maio o setor teve avanço de 2%.
Mesmo com a retração forte de junho, o otimismo da entidade se deve aos dados do mês apresentaram quedas mais amenas que as dos demais meses do primeiro semestre. "Caso o cenário apontado pelas projeções de mercado se consolide, possivelmente poderemos visualizar nas próximas aferições uma inflexão do atual movimento de queda", disse em nota a Boa Vista SPC.
Por setor
No acumulado dos seis primeiros meses deste ano, os setores que mais apresentaram retração foram móveis e eletrodomésticos, com queda de 8%; e tecidos, vestuários e calçados, que recuou 9,1% no período. A retração de supermercados, alimentos e bebidas foi de 4,3%; de combustíveis e lubrificantes de 5,3% e de outros artigos do varejo de 3,9%.
Na comparação com maio, no entanto, o segmento de móveis e eletrodomésticos teve alta de 4,9%. "É uma melhora pontual, não dá para dizer que é uma tendência", diz Calife.
Veículo: DCI