Meirelles: governo avalia alta de impostos

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Ministro diz que decisão será tomada este mês, após análise sobre arrecadação

 

-SÃO PAULO E RIO- O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reafirmou ontem que a equipe econômica está trabalhando nas projeções de arrecadação de tributos para decidir, até o fim do mês, se haverá aumento de impostos. A Receita Federal já encaminhou ao Ministério da Fazenda os dados relativos à arrecadação, para análise.
 
— Estamos trabalhando nisso. Vamos tomar agora uma decisão preliminar, se vai haver aumento de impostos — afirmou o ministro, depois de participar de encontro com investidores em uma corretora em São Paulo.
 
Meirelles voltou a negar que o governo tenha sofrido uma derrota com a aprovação, na Câmara dos Deputados, do texto-base do projeto de ajuste fiscal dos Estados, com a exclusão de regras para limitar reajustes para os servidores.
 
— Do nosso ponto de vista foi uma vitória importante, fundamental e positiva para a aprovação da PEC (proposta de emenda constitucional) dos gastos — disse.
 
Na avaliação do ministro, o ajuste nas contas públicas “caminha bem”, mas, por envolver o Congresso, “não é um processo linear, que a Fazenda decida”. Sobre a possibilidade de se repetir o que aconteceu com seu antecessor, Joaquim Levy, que não conseguiu aprovar medidas de ajuste durante o governo Dilma Rousseff, Meirelles afirmou:
 
— Gosto muito do meu amigo Joaquim Levy. É um grande técnico, uma pessoa honrada. Sempre que sou comparado com algum ministro que fez algum trabalho importante, eu me sinto muito honrado.
 
BOVESPA: MAIOR NÍVEL EM UM ANO Já no mercado acionário, a recuperação dos preços internacionais das matérias-primas fez com que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) atingisse ontem seu maior patamar em quase um ano. O índice de referência Ibovespa encerrou em alta de 1,45%, aos 59.145 pontos, o maior nível desde 8 de setembro de 2014 (59.192 pontos). Em Nova York, os principais índices também registraram ganho: Dow Jones subiu 0,32%, S&P avançou 0,28%, e Nasdaq, 0,56%. Todos fecharam em patamares recordes.
 
A expectativa de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) chegará a um acordo sobre o excesso de oferta global com outras nações produtoras, como a Rússia, puxou os preços da commodity. O barril do tipo Brent, referência internacional, avançou 2,94%, a US$ 48,35. Já a cotação do WTI, negociado em Nova York, subiu 2,8%, a US$ 45,74. Com isso, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da Petrobras tiveram alta de 2,58%, e as ordinárias (ON, com voto) avançaram 4,38%.
 
— Há um otimismo no mercado. Acho que podemos testar a marca dos 60 mil pontos ainda neste mês. Para que isso aconteça, é preciso ver como o mercado do petróleo vai se comportar, porque isso ajuda bastante a Petrobras, e, sem um noticiário negativo interno, o clima seguirá otimista — avaliou Rapahel Figueredo, analista da Clear Corretora.
 
A maior alta do dia no Ibovespa, no entanto, foi da Braskem: 8,61%. Mudanças na diretoria levaram o banco suíço UBS a recomendar a compra dos papéis. Já as ações do grupo educacional Kroton recuaram 0,47%, e as da Estácio Participações subiram 1,25%, depois que os acionistas da Estácio aceitaram a proposta de fusão das empresas.
 
DÓLAR AVANÇA 0,15% No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou cotado a R$ 3,19, em leve alta de 0,15%. O Banco Central fez um novo leilão de swap cambial reverso (operação que equivale a uma compra de dólares no mercado futuro). Foram ofertados 15 mil contratos, o equivalente a US$ 750 milhões.
 
A moeda americana, no entanto, operou em queda boa parte do dia, refletindo um movimento global. Os investidores já têm dúvidas sobre se o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) vai realmente elevar os juros este ano. Isso fez com que o dólar perdesse força. O índice Dollar Spot, da Bloomberg, recuou 0,2%.
 
Fonte: Jornal O Globo


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