No primeiro relatório Focus divulgado após os dados mais recentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as previsões para a inflação em 2016 pioraram no Relatório Focus.
Em meio à forte pressão nos preços dos alimentos, os economistas do mercado elevaram de 7,20% para 7,31% a projeção mediana para o IPCA este ano. Quatro semanas atrás, estava em 7,26%.
Para 2017, após uma série de cortes nas projeções, o mercado manteve em 5,14%, nesta semana, a previsão para o IPCA. Um mês antes, estava em 5,30%.
Na quarta-feira da semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação em julho foi de 0,52%, acima da expectativa do mercado.
No comunicado do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) e na ata da reunião, o BC havia informado que, pelo cenário de referência, que pressupõe a taxa básica de juros (Selic) inalterada em 14,25% ao ano e um dólar a R$ 3,25, as projeções apontam para uma inflação em torno da meta de 4,5% já em 2017.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, as medianas das projeções para este ano no relatório Focus também pioraram, passando de 7,20% para 7,41%. Para 2017, foram de 4,97% para 5,25%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de, respectivamente, 7,18% e 5,33%.
No caso da Selic, a mediana das previsões passou de 13,50% para 13,75% ao ano, de uma semana para outra. Há um mês, estava em 13,25% na mesma pesquisa do BC.
Para o fim de 2017, o mercado seguiu projetando, pela sétima semana consecutiva, uma Selic a 11,00% ao ano.
Para o Top 5 de médio prazo, a taxa básica terminará 2016 em 13,75% ao ano, como previam na semana anterior. Para o ano que vem, as estimativas ficaram estáveis em 11,25%.
PIB
As projeções do relatório Focus desta semana alteraram de forma marginal as expectativas para a atividade do País em 2016, que continuaram mostrando uma forte recessão para o ano. Pelo documento, houve ligeira melhora nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano: a mediana projetada passou de uma retração de 3,23% para um declínio de 3,20%. Há um mês, o mercado previa uma queda de 3,25%.
Para 2017, o cenário segue um pouco melhor, com perspectiva de PIB positivo. Ainda assim, o mercado prevê para o País, conforme o relatório Focus, um crescimento de apenas 1,10% no próximo ano, mesmo percentual projetado há uma semana e há um mês.
Em junho, o BC informou no Relatório Trimestral de Inflação que sua nova estimativa para o PIB deste ano é de retração de 3,3%, ante baixa de 3,5% vista na edição anterior do documento. Durante evento em São Paulo na última sexta-feira, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que "o elemento mais essencial para a recuperação econômica sustentável será a retomada da confiança [do mercado]".
Fonte: DCI