Preço ao Consumidor desacelera no mês de agosto

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A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) no mês de agosto, que atingiu 0,32% ante 0,37% anterior, surpreendeu o coordenador do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, que estimava algo na faixa de 0,40%.
 
"É uma boa notícia. A classe de despesa de alimentos, que sempre acaba definindo a dinâmica de curto prazo, ficou praticamente estável, mas na abertura do grupo tem histórias diferentes", avaliou. Em agosto, o grupo alimentação ficou em 0,69%, após 0,70% na terceira quadrissemana. Em julho último, a taxa foi de 0,39%.
 
Também surpreendeu o economista a aceleração do IPC-S acumulado em 12 meses até agosto, de 8,48% ante 8,37% em igual período terminado em julho. "Acredito que é pontual, pois a taxa de agosto de 2015 foi excepcionalmente baixa (0,22%). Não invalida a clara dinâmica de desaceleração da inflação".
 
O núcleo do IPC-S ficou em 0,47% no mês passado, depois de 0,52%, acumulado em 12 meses 7,93% (ante 8,05%). A expectativa para o IPC-S fechado de 2016 segue em 7,30%, na comparação com 10,53% de 2015. O risco, disse, são os preços dos alimentos, que podem voltar a surpreender para cima, por causa das frutas que estão avançando.
 
Já os preços do leite e feijão estão recuando mais de 3% nas pesquisas de ponta (recentes) da FGV. Em agosto, o leite longa vida desacelerou para 4,33%, depois de 8,45% na terceira leitura do mês, enquanto o feijão carioca teve queda de 0,17% ante alta de 4,92% na terceira. "Já darão um bom alento ao IPC-S), estimou.
 
Por outro lado, algumas frutas estão avançando. O mamão, por exemplo, ficou 44,37% mais caro em agosto e, na ponta, sobe mais de 40%, adiantou Picchetti. "Ou seja, dentro do grupo Alimentação, há histórias diferentes, com as frutas subindo e hortaliças e legumes podem ajudar a aliviar", reforçou, acrescentando que o preço da batata caiu 12,62% em agosto, porém o tomate voltou a subir (4,83%).
 
Para setembro, a projeção de Picchetti é de que o IPC-S feche em 0,30%. Se a taxa for confirmada, o acumulado em 12 meses voltará a desacelerar, para 8,35% ante 8,48% em igual período até agosto.
 
Segundo ele, a expectativa de que o câmbio continue mais moderado e também ajudará a conter o IPC-S. O segmento de industrializados atingiu 0,22% em agosto, após 0,53% em julho, enquanto os comercializáveis ficaram em 0,11%, após 0,28%.
 
Efeito do câmbio
 
No caso da oferta, o recuo no dólar ante o real tem ajudado a manter o Índice de Preços ao Produtor (IPP) em terreno negativo. O IPP recuou 0,56% em julho. No ano, o indicador que mede a variação de preços dos produtos na porta de fábrica acumula redução de 0,67%.
 
Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "O dólar recuou 4,4% só em julho", lembrou Manuel Campos Souza Neto gerente do IPP no IBGE.
 
O IBGE calcula uma queda acumulada de 15,4% no dólar em relação ao real no ano de 2016. Segundo Souza Neto, várias atividades industriais pesquisadas têm influência direta ou indireta do câmbio.
 
A taxa do IPP acumulada em 12 meses, que ficou em 4,30% em julho, alcançou o menor patamar desde março de 2015. "O impacto [do câmbio] é constante", enumerou.
 
Souza Neto lembra que dois terços das atividades econômicas registraram queda nos preços em julho. "Então é (redução) generalizada", disse o gerente.
 
Fonte: DCI


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