Resultado das urnas agrada ao mercado, e dólar cai 1,41%. Bolsa sobe 1,87%

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Analistas veem maior probabilidade de governo aprovar propostas de ajuste fiscal

 
O resultado das eleições, com a perspectiva de maior facilidade para o governo aprovar as medidas de ajuste fiscal, e a descoberta de um poço promissor pela Petrobras fizeram com que o dólar comercial recuasse 1,41% ontem, a R$ 3,206, na contramão do mercado global. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), por sua vez, encerrou em alta de 1,87%, aos 59.461,22 pontos.
 
Segundo Paulo Figueiredo, diretor de operações da FN Capital, o noticiário fraco no exterior fez com o que o mercado se voltasse para a questão eleitoral, principalmente para o enfraquecimento do PT nas urnas.
 
— Vimos que a política ainda está influenciando bastante as questões de Bolsa e câmbio. E, sem muita interferência externa, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, ela ainda vai continuar ditando o ritmo do nosso mercado por aqui — afirmou Figueiredo.
 
Paulo Gomes, estrategistachefe da Azimut Wealth Management, lembrou que o presidente Michel Temer havia prometido enviar suas propostas de reforma ao Congresso depois das eleições. A perspectiva de ajustes na economia também amplia a perspectiva de fluxos de recursos para o país, ressaltou Álvaro Bandeira, economista-chefe do ModalMais. Nem a atuação do Banco Central, que vendeu ontem 5.000 contratos de swap cambial reverso (equivalente à compra futura de moeda, o que tende a elevar a cotação) segurou o dólar. PETROBRAS SOBE ATÉ 2,97% O Dollar Index Spot, que compara a moeda americana com uma cesta de dez moedas, avançou 0,25%. Já a libra recuou 1,2% frente ao dólar, aproximando-se da cotação mínima em 31 anos, depois de o governo britânico informar que o processo formal de saída da União Europeia deve começar em março de 2017.
 
Na Bovespa, os papéis ordinários (ON, com direito a voto) da Petrobras avançaram 2,97%, a R$ 15,59, e os preferenciais (PN, sem voto) ganharam 2,9%, a R$ 13,95. Os bancos, com forte peso no Ibovespa, também tiveram valorização: Banco do Brasil ganhou 2,76%, Bradesco subiu 0,4%, e Itaú teve alta de 2,48%.
 
A Bradespar, braço de participações do Bradesco, teve a maior alta do dia, 5,12%, a R$ 10,26, com investidores na expectativa de um novo acordo de acionistas da Vale, da qual é sócia. A mineradora, por sua vez, avançou 1,63%, a R$ 18,10 (ON), e 2,53%, a R$ 15,79 (PN).
 
A siderúrgica CSN, que ainda se beneficia da expectativa de alienação de ativos, também avançou com força, com alta de 5,18%, cotada a R$ 9,54.
 
Na Europa, o FTSE 100, de Londres avançou 1,22%, enquanto o CAC-40, de Paris, ganhou 0,12%. A Bolsa de Frankfurt não funcionou devido ao feriado do Dia da Reunificação. Em Nova York, o índice Dow Jones recuou 0,3%, com dados fracos de produção industrial. O S&P 500 perdeu 0,33%, e a Nasdaq teve queda de 0,21%.
 
 
Fonte: Jornal O Globo


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