Poupança volta a captar recursos após dez meses no vermelho

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Banco Central informou nesta terça que depósitos somaram R$ 1,8 bilhão a mais que os saques; dados são referentes a novembro deste ano.

 

 

O Banco Central informou nesta terça-feira (6) que, após dez meses registrando mais saques do que depósitos, a caderneta de poupança voltou a captar recursos em novembro. No mês passado, os depósitos somaram R$ 1,8 bilhão a mais que os saques nesta que é a mais tradicional modalidade de investimentos. Conforme os dados do BC, o resultado do mês passado foi o melhor o mês desde 2014, quando R$ 2,53 bilhões haviam ingressado a mais que os saques, isso porque, em 2015, foi registrada a retirada de R$ 1,3 bilhão a mais que os depósitos.

 

Acumulado de 2016

No acumulado dos onze primeiros meses de 2016, a saída líquida de recursos da poupança somou R$ 51,3 bilhões, o segundo pior resultado da história - perdendo apenas para 2015, quando a evasão de recursos chegou a R$ 58,3 bilhões. A fuga de recursos da poupança, no acumulado do ano, tem relação com a recessão da economia brasileira e com o aumento do desemprego e da taxa de inadimplência. A baixa rentabilidade também tem levado poupadores a migrar os recursos para outros investimentos. Conforme o resultado de 2015, R$ 53,5 bilhões deixaram a poupança no ano passado. Foi a primeira vez, em dez anos, que houve mais retirada do que depósitos da caderneta.

 

Saldo da poupança

Com o ingresso de recursos registrado em novembro na poupança, o volume total aplicado na modalidade, no fim do mês, ou seja, o estoque da caderneta, registrou aumento. No fim de outubro, o saldo da poupança estava em R$ 644,3 bilhões e, com o resultado de novembro, subiu para R$ 650,2 bilhões. Além do ingresso de recursos dos poupadores, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores, que somaram R$ 4,03 bilhões no mês passado, também são incorporados ao estoque da poupança.

 

 

Baixo rendimento

O baixo rendimento da poupança também tem contribuído para a retirada de recursos na parcial do ano. Enquanto o rendimento dos fundos de renda fixa sobe junto com a Selic (a taxa básica de juros determinada pelo Banco Central), o das cadernetas fica limitado a 6,17% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR) quando a Selic está acima de 8,5% ao ano. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), como a Selic está em 13,75% ao ano, as aplicações em renda fixa, como fundos de investimento, ganham mais atratividade porque o rendimento fica acima do da poupança na maioria das situações. A poupança continua atrativa somente para fundos com taxas de administração acima de 2,5% ao ano. No ano passado, a rentabilidade da poupança foi de 8,15%. Ou seja, ficou abaixo da inflação, que alcançou 10,67%. Descontada a inflação, portanto, quem manteve recursos na poupança ao longo de 2015 viu o dinheiro perder 2,28% do poder aquisitivo, de acordo com a consultoria Economatica. É o pior resultado desde 2002.

 

Quando a poupança pode ser atrativa

Apesar do baixo rendimento, especialistas avaliam que a caderneta de poupança ainda pode ser uma boa opção, mas somente em poucos casos. Por exemplo: para pequenos poupadores (com pouco dinheiro guardado), para pessoas que buscam aplicações de curto prazo (poucos meses) ou que procuram formar um "fundo de reserva" para emergências. A vantagem da poupança em relação a outros investimentos é que não incide Imposto de Renda sobre a aplicação. Nos fundos de investimento, ou até mesmo no Tesouro Direto (programa do governo de compra de títulos públicos pela internet) há cobrança do IR e, na maior parte dos casos, de taxa de administração. Nos fundos de investimento e no Tesouro Direto, o IR incide com alíquota regressiva, ou seja, quanto mais tempo os recursos ficarem aplicados, menor é o valor da alíquota incidente no resgate.

 

 

Por Alexandro Martello, G1, Brasília

 

 

Fonte: Portal de Notícias G1


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