Comerciantes de Campinas se endividam após vendas baixas

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Um dos principais erros dos empresários é investir demais em estoques; para especialista, mercadoria encalhada por mais de 60 dias já sinaliza prejuízo


Segundo análise da FecomercioSP, vendas devem aumentar 1% em 2017, de forma lenta e gradual

 


Campinas e Região - O varejo de Campinas apresentou, de janeiro a outubro deste ano, retração nas vendas. Neste mesmo período, a inadimplência evoluiu 4,20% na comparação com 2015. O cenário da região preocupa pelo fato de muitos comerciantes estarem endividados e com baixo volume de vendas.
Para o administrador, contador e consultor de empresas Jorge Carlos Bahia, há alternativas para o varejista endividado voltar a ficar no azul. Segundo ele, o problema de muitos empresários é a falta de análise econômica e financeira do negócio. "O comerciante tira dinheiro de uma aplicação financeira ou do capital de giro para investir em estoque. Muitas vezes o estoque fica encalhado e isso gera prejuízos para o comerciante", afirma.


Bahia aconselha o varejista a comprar uma quantidade pequena de estoque, apenas o necessário para a venda. "No caso de demanda maior que o planejado, o comerciante pode recorrer aos fornecedores sem se prejudicar financeiramente", apontou.
Segundo Bahia, se os produtos em estoque permanecem nas instalações da loja por 60 dias ou 90 dias, o comerciante pode estar levando o seu negócio à falência.


Investidor: uma saída
A nova lei complementar do Simples Nacional, regime tributário das PMEs, traz a figura do investidor-anjo, que, mesmo não fazendo parte do capital social, pode investir na empresa por acreditar em suas operações. "Nessa linha de classe de investidores temos as 'venture capital', que destinam recursos a empresas de médio e grande porte, e também as de 'private equity' que buscam empresas que não têm capital negociado em bolsas de valores, para realizar os seus investimentos", comenta.  É importante também que o varejista trabalhe com uma ideia mais ampla do seu fluxo de caixa, relacionando o prazo médio de pagamento aos fornecedores com o seu prazo médio de recebimento quanto às vendas realizadas.


Controle de caixa
Com o controle de fluxo de caixa, o próximo ponto de atenção é em relação a quitar contas em haver, de acordo com as prioridades. Para evitar maiores desconfortos, Bahia aconselha que se deve, primeiramente, quitar débitos com colaboradores e funcionários. Paralelamente, é necessário manter boa relação com fornecedores, garantindo transparência no pagamento.  "Ainda em primeiro plano, a questão tributária merece destaque, seja em relação a impostos e tributações relativas à atuação, bem como referente a aspectos previdenciários e trabalhistas", aponta Bahia.

 

 

 

Fonte: DCI


Considerando a existência de devedores, o mais indicado é manter a transparência, recomenda o especialista. "A partir da transparência, o varejista poderá buscar uma solução que seja favorável a ambos os lados, e garantir que isso seja demonstrado", afirma Bahia.
Cenário
Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), as vendas do varejo apresentaram uma redução de 3,06% no período de janeiro a outubro, em relação ao mesmo período do ano passado. A inadimplência apresentou uma expansão de 4,19% no período de janeiro a outubro, abaixo dos 4,50% registrado nos mesmos meses do ano passado.

 


Para 2016, o comércio varejista do Estado de São Paulo deve apresentar uma taxa nula de crescimento, com faturamento real acumulado na casa de R$ 580 bilhões, montante similar ao obtido em 2015. As perspectivas de vendas para o comércio no próximo ano não são muito animadoras.  A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que as vendas do comércio devem crescer somente 1% em 2017.


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