Paulistano vai às compras aos 45 do segundo tempo

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Apesar da crise, multidão invade regiões de comércio popular, como o Brás e a 25 de Março



 

O clima de Natal invadiu a cidade. Ao menos no que se refere à busca por presentes mais em conta. Apesar do país enfrentar uma crise econômica colossal, os dois mais tradicionais centros de compras da capital lotaram. Por isso, a região da 25 de Março, no Centro; o Brás, na Zona Leste; além de shoppings e supermercados vão funcionar neste sábado (24) até o período da tarde para quem ainda deseja comprar uma presentes com bom preço.

 
O assistente operacional desempregado José de Alencar, de 51 anos, e sua mulher, a costureira Kátia de Alencar, 50, carregavam nas mãos uma bicicleta e um triciclo para crianças em plena 25 de Março,  lotada na última quinta-feira. O casal disse não se importar com as constantes paradas que tinham de fazer no trajeto de 400 metros entre a loja onde compraram e a estação São Bento do Metrô. Tudo para abrir passagem para ambulantes, policiais e outras pessoas com seus grandes pacotes.

 
“Esse caminho até o Metrô é tranquilo. Ainda vamos até o Tucuruvi para pegar um ônibus até o Jaçanã (ambos na Zona Norte) e chegar em casa. E com compras nas mãos”, contou Alencar, que está desempregado há seis meses e contou com a ajuda das economias de Kátia para os presentes dos netos.

 
“A gente deixou agora para a última hora, pois pesquisamos bastante os preços e já viemos sabendo o que íamos comprara”, revelou a costureira. “E sempre vale a pena um esforço a mais para fazer a alegria dos netos. Afinal é Natal e ver o sorriso deles, crianças que amamos, recebendo os presentes não tem preço. Enche nosso coração de alegria.”

 
Segundo Ondamar Ferreira, gerente da loja Armarinhos Fernando, também na 25 de Março, diz que a expectativa é de bastante movimento nas loja. “Esperamos crescer 8,5% em relação ao Natal de 2015. Contratamos 18 funcionários temporários para essa época e os clientes atrasados sempre vêm até o dia 24.” A loja fica aberta das 7h às 16h neste sábado. O comércio do Largo da Concórdia, no Brás, estavam ainda mais lotado. Quem estava por lá procurava roupas por preços acessíveis (a partir de R$ 20 no caso de blusas). “As pessoas têm vindo mais para comprar presentes para si e para a família”, contou Camila Lirola, 23, vendedora de um quiosque perto da estação Brás da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).


Animação a cada novo presente  comprado
Mesmo com a 25 de Março e o Brás lotados, o bom humor era o que prevalecia nas pessoas que vinham comprar presentes para o Natal. A designer de interiores Regiane Vitório, de 33 anos, saiu às 9h de ônibus da Penha, na Zona Leste, com os dois filhos, Pedro, 7, e Klara, 6, além de sua amiga, a secretária Djane Guimarães, 32, e o filho dela, Kauã, 6, para comprar os presentes dos pequenos na famosa rua comercial do Centro.

 
“Meu filho já vomitou no ônibus na ida, se precisar, vomita na volta também, mas a gente está muito feliz por comprar o skate e a bola dele, e os brinquedos dos outros pequenos. Não importa a crise, mas  é Natal e todos se comportaram bem. É uma recompensa importante para incentivá-los a continuar estudando e se comportanto bem”, contou Regiane, que gastou cerca de R$ 500 na 25 de Março.

 
No Brás, a cozinheira Maria da Gloria Marcolino, 50, também já havia gasto R$ 500 em presentes para a família. Ela e o filho, Marcos, 13, vieram de Araraquara. O rapaz escolheu um tênis vendido por um câmelo numa toalha aberta na calçada da Avenida Rangel Pestana. Feliz da vida, o rapaz saiu com o par de calçados em uma sacola após experimentar cinco modelos na própria calçada usando o apoio do ombro da mãe para se equilibrar. “Vou usar bastante o ano inteiro” disse Marcos com um sorriso no rosto.”

 

Por: Filipe Sansone

 

Fonte: Diário de São Paulo

 

 

 


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