Calçadistas recuperam nível de emprego com exportação

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Heitor Klein, presidente da Abicalçados fala de 2017: "O primeiro semestre ainda deve ser difícil no Brasil" Depois de três anos consecutivos de queda na produção de calçados, a melhor notícia de 2016, na visão das fabricantes, foi a recuperação de postos de trabalho perdidos em 2015. Em 12 meses até outubro, o setor registrou uma geração líquida de 22 mil postos de trabalho, chegando a 305 mil vagas.

 

Essa recuperação, segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, foi observada principalmente em polos exportadores de calçados. Para o ano de 2017, ele prevê estabilidade no total de postos de trabalho do setor. O setor de calçados fecha 2016 com uma queda na produção entre 0,9% e 2,8%, atingindo volume entre 917 milhões e 935 milhões de pares. O faturamento deve ficar entre R$ 19,9 bilhões e R$ 20,2 bilhões, ante faturamento de R$ 19,8 bilhões no ano passado. "O setor fecha o ano tecnicamente empatado em relação a 2015. Embora tenha havido uma recuperação no segundo semestre em relação ao primeiro, foi um ano modesto", afirmou Klein.

 

Sobre 2017, Klein diz que "não existe ainda uma sinalização de que a demanda doméstica venha a se recuperar de forma notável. O primeiro semestre ainda deve ser difícil no Brasil. No segundo semestre pode haver uma recuperação na demanda, dependendo da evolução de algumas questões". Ele cita como fatores que podem ajudar a estimular uma recuperação da economia brasileira medidas que vêm sendo divulgadas pelo governo federal, e a perspectiva de avanço das discussões no Congresso das reformas previdenciária e tributária no primeiro semestre de 2017. Klein trabalha com a possibilidade de uma inflação mais baixa no próximo ano, uma estabilização no nível do desemprego e um câmbio com menos oscilações, na casa de R$ 3,50 - se este cenário se confirmar, o mercado doméstico pode reagir.

 

Em relação ao comércio exterior, a grande incógnita é a política a ser adotada pelo presidente eleito dos Estados Unidos Donald Trump, disse Klein. De acordo com dados da entidade, a produção do setor apresentou no acumulado de janeiro a outubro uma queda de 3%, em comparação ao mesmo intervalo de 2015. A queda não é maior graças à melhora no desempenho de exportações, disse Klein. No mercado interno, as vendas de calçados encolheram 11% no acumulado de janeiro a outubro. As exportações acumulam no período de janeiro a novembro uma alta de 1,6% em volume, somando 108,2 milhões de pares. Em valor, os embarques aumentaram 3,6%, chegando a US$ 871 milhões.

 

Entre as maiores fabricantes do setor, a Alpargatas anunciou no início do mês que vai trabalhar para ampliar as vendas no mercado interno em 2017, com ampliação do portfólio de sandálias, calçados e vestuário e aumento da distribuição da marca Havaianas em redes multimarcas. A companhia também planeja inaugurar lojas da Havaianas, mas não informou um número específico. Atualmente, possui 440 lojas. A Arezzo anunciou plano de abertura de 25 a 30 lojas em 2017. Tanto Alpargatas como Arezzo veem um cenário favorável para exportações no próximo ano. A Grendene, por sua vez, manteve a meta de longo prazo de ampliar a receita bruta anual entre 8% e 12% e obter aumento no lucro líquido de 12% a 15% ao ano. A companhia vê para o próximo ano um cenário de recuperação lenta na economia e no consumo.

 

Por Cibelle Bouças | De São Paulo

 

Fonte: Valor Econômico

 

 


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