Mesmo com o crescimento das MPEs no Mercado Livre em 2016, o gerenciamento da operação segue como desafio. Para corrigir esse gargalo, a empresa lançou ontem uma ferramenta gratuita
São Paulo - Apesar de 77% dos micro e pequenos lojistas do Mercado Livre terem visto alta nas vendas em 2016 (com um crescimento médio de 41%), e a despeito das expectativas mais positivas para este ano, a gestão da operação segue como o grande empecilho para o avanço substancial das MPEs. Diante desse cenário, e da previsão do presidente do Mercado Livre, Helisson Lemos, de que a representatividade dessas varejistas siga crescendo na plataforma nos próximos anos, a empresa lançou ontem (8) um sistema de gestão voltado a esse público, o Mercado Backoffice.
A promessa é que a ferramenta possa reduzir de dez para um dia o tempo gasto por mês com a gestão do negócio, contribuindo de forma significativa para a produtividade dos lojistas. Pelo lado do Mercado Livre, a expectativa é que a solução (que será gratuita) gere um aumento da oferta de produtos e, consequentemente, da demanda, além de um crescimento na adesão dos lojistas ao Mercado Envio.
"Estamos dando um passo importante para aumentar a oferta e a demanda na nossa plataforma", afirma Lemos. Atualmente, o marketplace possui cerca de 40 milhões de anúncios no ar, divididos entre 7,8 milhões de vendedores.
O diretor do Mercado Livre Backoffice, Renato Pereira, acrescenta que a principal intenção com o lançamento é ajudar o pequeno lojista a crescer através da automação da gestão de sua operação - uma das maiores dificuldades para essas varejistas atualmente. De acordo com ele, a ferramenta, que começou a operar ontem, oferece funcionalidades que vão desde a gestão automatizada do estoque até o gerenciamento do fluxo de caixa e da emissão de nota fiscal.
"Essa conciliação dos valores a pagar e receber antes ou o lojista fazia em uma planilha ou ficava sem controle. Com a nossa ferramenta ele já tem um relatório de fluxo de caixa, e que é gerado automaticamente, sem a necessidade de que ele gaste tempo ou esforço com isso", explica Pereira.
O executivo conta ainda que o desenvolvimento da solução é o resultado da aquisição da KPL feita dois anos atrás, e que custou R$ 50 milhões ao Mercado Livre. Ele conta que além do Mercado Backoffice a empresa continuará oferecendo uma ferramenta voltada para as grandes e médias varejistas do e-commerce, a KPL Entreprise, e tem planos ainda de desenvolver um novo sistema que seria intermediário entre as duas soluções já lançadas.
Ainda a respeito do lançamento do Mercado Backoffice, o presidente do Mercado Livre, Helisson Lemos, aponta que o grande benefício da ferramenta é "democratizar o uso de softwares de gestão [que antes eram restritos aos grandes e médios], para os pequenos lojistas virtuais."
Otimismo das MPEs
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Mercado Livre em parceria com o Ibope Conecta, e também divulgada ontem, o otimismo desses varejistas aumentou este ano, e a expectativa de 94% dos micro e pequenos lojistas é de que as vendas cresçam em 2017. Dentro desse universo, a previsão é de um avanço médio de 35%. "Aumentou muito o otimismo desses empreendedores este ano, tanto em relação ao crescimento do seu negócio, quanto do e-commerce como um todo", afirma Lemos.
Em relação ao resultado do ano passado, o executivo afirma que ele ficou acima do que o esperado. Enquanto a previsão feita no início de 2016 vislumbrava que 65% dos lojistas iriam crescer, a uma taxa média de 31%, o resultado final do ano passado mostrou que 77% tiveram alta, e que o crescimento médio foi de 41%. Em termos de contratação, a pesquisa também apontou para uma perspectiva mais positiva, e 48% dos entrevistados pretendem contratar este ano.
Pedro Arbex
Fonte: DCI - São Paulo