Apesar disso, empresariado ainda mantém a cautela quanto ao desempenho dos negócios neste ano
A indústria têxtil em Minas Gerais começou 2017 com um dado positivo. Segundo a Pesquisa Indicadores Industriais (Index), divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o faturamento real do setor registrou aumento de 14,8% em janeiro deste ano com relação a janeiro de 2016. Este resultado pode ser atribuído a fatores como crescimento da demanda e aumento do preço final do produto. Outros dados da pesquisa da Fiemg referentes à indústria têxtil indicam que o número de horas trabalhadas na produção aumentou 3,2%. A utilização da capacidade instalada teve crescimento de 7,2%. Quanto aos empregos, houve uma estabilização, com pequena queda de 0,1%. A massa salarial real cresceu 1%, enquanto o rendimento médio real aumentou 1,1%. Os dados positivos, segundo a Fiemg, se justificam pelo aumento da demanda.
Já dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontam que, no último mês de janeiro, em Minas, o saldo de emprego (diferença entre admitidos e desligados), no setor da indústria têxtil, foi de 218. Em janeiro de 2016, esse dado foi negativo (-349). O presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Malhas no Estado de Minas Gerais (Sindimalhas), Flávio Roscoe, atribui o dado positivo apontado pela Fiemg a dois fatores. Um deles é o aumento do preço do produto, devido principalmente à alta do valor do algodão. O outro fator é a base comparativa. "Janeiro de 2016 foi muito ruim", disse.
Segundo o Index, em janeiro de 2016 foi registrada queda de 24,9% no faturamento da indústria têxtil, no comparativo com o mesmo mês do ano anterior. Ainda de acordo com Roscoe, a perspectiva dos empresários para 2017 é positiva, mas cautelosa. O que exige maior vigilância, segundo ele, é a questão do câmbio. No setor têxtil, a valorização do dólar é positiva, já que contribui para que o volume de produtos importados seja reduzido. Ele ainda disse que a situação das empresas ainda está sofrendo muitas variações, dependendo inclusive do tipo de produto ofertado. A linha de tecidos sintéticos, por exemplo, vive um bom momento. Já os tecidos para uniformes profissionais estão com resultados ruins.
Confiança - Roscoe apontou ainda que o nível de utilização da capacidade instalada não sofrerá grandes mudanças em 2017, já que depende de novas contratações. "O empresariado precisa de dados positivos por um período maior para que tenha mais confiança", finalizou. Presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem no Estado de Minas Gerais (Sift-MG), Fabiano Soares Nogueira também demonstrou preocupação com a questão do câmbio. "Há receio quanto ao recuo do câmbio e insegurança com o quadro político, com novas denúncias a cada dia", disse.
Por outro lado, ele diz que há realmente uma melhora no humor do empresariado do setor. "As empresas ainda não publicaram seus balanços, mas há perspectiva de melhoras, principalmente a partir do segundo semestre", disse. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), dados atualizados em 2016 indicam que o faturamento da cadeia têxtil e de confecção foi de US$ 39,3 bilhões em 2015, contra US$ 53,6 bilhões em 2014.
Fonte: Diário do Comercio de Minas