Pescados apontam retomada de crescimento

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São Paulo - A recuperação do consumo de pescados no varejo e food service tem sido o combustível para a retomada do crescimento da cadeia produtiva. O otimismo extrapola o período de alta demanda da Semana Santa e se estende por 2017. 

 

O setor projeta crescimento de 15% nas vendas deste ano em relação a 2016, diante da perspectiva de que com uma melhora no cenário econômico doméstico a demanda por proteínas mais caras e a alimentação fora de casa volte, comenta o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Eduardo Lobo,
"Vemos um quadro ainda melhor para 2018, no qual temos o objetivo de expandir na em torno de 20%", afirma.


Somente para o período da quaresma - quarenta dias que antecedem a Páscoa - as vendas de pescados já registram expansão de 18% em 2017 quando comparado ao ano passado, segundo estimativa da Abipesca. A expectativa é de alta entre 15% e 20% na comparação com as vendas da quaresma do ano passado, ao final do período.


Em 2016, o faturamento do setor de pescados totalizou R$ 435 milhões, uma retração de 5% sobre um ano antes.
"No ano passado fomos muito prejudicados pela mudança no cardápio familiar para proteínas mais baratas, que impactou tanto o varejo quanto o food service. Agora vivemos um momento de menos desconfiança, que favorece a recuperação", explica.
Oferta nacional


O bacalhau e o salmão ainda estão no topo da lista de preferência dos consumidores, mas, aos poucos, os peixes nacionais se destacam, como a tilápia. "Quando vemos um pescado nacional ganhando espaço no nosso mercado isso significa geração de emprego e renda na cadeia", comenda o presidente da Abipesca.
As feiras de peixes frescos impulsionam este movimento e se intensificam nos próximos dias, com as comemorações religiosas da Semana Santa.


Pelo décimo segundo ano consecutivo, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP) realiza a Santa Feira do Peixe que tem como objetivo incentivar o consumo do pescado e promover a venda especial no varejo. O evento vai até a quinta-feira (13). Em 2016, os comerciantes venderam cerca de 80 toneladas de pescados durante três dias do evento e a expectativa para este ano é que se aproxime de 150 toneladas.


Juntas, as feiras do Rio Grande do Sul esperam vender 4,34 mil toneladas de peixes nesta semana, ganho de 3,5% sobre o volume de 2016. De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater- RS), as espécies mais comercializadas são as carpas, tilápia e tainha, com preços em média 10% maiores.


No Nordeste, a Bahia Pesca, companhia vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Estado, comercializa pescados e frutos do mar com até 38% de desconto.
"A demanda nesta época do ano cresce cerca de 30%, provocando o encarecimento dos produtos. Com o [evento] Santo Pescado atendemos tanto a demanda dos consumidores por pescados mais baratos quanto a dos pescadores que ganham em volume", explica o presidente da Bahia Pesca, Dernival Oliveira Júnior.


Reação em cadeia

Para atender a demanda que se instala na quaresma, a produção de peixes frescos e congelados aumenta, respectivamente, em 40% e até 70% - em se tratando principalmente da tilápia e o tambaqui, os mais procurados pelos brasileiros.
O otimismo nos demais elos da cadeia dá suporte para que o presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros, aposte na alta de 8% a 10% para o faturamento dos piscicultores neste ano.


Em 2016, o segmento registrou receita de R$ 4,3 bilhões, alta de menos de 1% quando comparada ao ano anterior. "O aumento pequeno decorre [também] de dois fatores: a seca no Ceará, um dos grandes fornecedores; e a redução de 19% na produção do Mato Grosso, estado representativo para a oferta nacional.

 

Estes estados puxaram a média Brasil para baixo", destacou Medeiros. Em contrapartida, a manutenção do resultado no azul se deve ao crescimento na oferta de outros estados.
"Tivemos quase 10% de aumento em São Paulo, Paraná e Rondônia", acrescenta o presidente da Peixe BR.



Fonte: DCI

 


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