Os analistas das instituições financeiras baixaram para R$ 147,04 bilhões sua previsão para o déficit primário (despesas maiores do que receitas, sem contar os juros da dívida) do governo federal neste ano.
A estimativa está no mais recente levantamento feito pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, divulgado nesta quarta-feira (12) dentro do chamado "Prisma Fiscal".
No mês passado, a mesma pesquisa informava que os analistas estimavam um rombo um pouco menor, de R$ 149,68 bilhões, para as contas públicas em 2017.
Esse rombo é maior do que a meta de déficit primário fixada pelo próprio governo para suas contas neste ano: de R$ 139 bilhões. O cálculo considera as despesas e as receitas, mas não o pagamento dos juros da dívida pública.
Recentemente, o governo anunciou um bloqueio de R$ 42,1 bilhões na peça orçamentária deste ano e um aumento da tributação sobre a folha de pagamento das empresas, além da instituição do IOF para cooperativas de crédito, para tentar atingir a meta fiscal deste ano.
Para o ano de 2018, o mercado financeiro subiu sua estimativa para o déficit primário de R$ 118,31 bilhões para R$ 123,6 bilhões.
A previsão, apesar do aumento, está um pouco abaixo da meta fiscal que o governo busca revisar no Congresso Nacional. A proposta é de um rombo de até R$ 129 bilhões no ano que vem.
Crise econômica
A estimativa de rombo nas contas do governo central (União, Previdência Social e Banco Central) acontece em um ambiente de fraco nível de atividade econômica.
Recentemente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 3,6% no ano passado. Foi o segundo ano seguido de retração, o que confirmou a pior recessão da história do país.
A lógica é que, com menos atividade, também há uma arrecadação menor de impostos e contribuições federais, o que contribui para uma deterioração no perfil das contas públicas.
Para este ano, o mercado financeiro prevê um crescimento ao redor de 0,5% para a economia brasileira, assim como o governo federal e o Banco Central.
Fonte: Portal de Notícias G1