O Dia do Comerciante, comemorado ontem (16) foi marcado por um momento de cautela e apreensão com o futuro. De acordo com entidades setorais, a instabilidade política ainda é o principal motivo para tirar o sono dos empresários do ramo.
"Sabemos que enquanto o consumidor não tiver confiança estabilidade política ele não vai se comprometer com compras de longo prazo e isso torna a situação do varejo ainda mais complicada", disse ao DCI o conselheiro da Associação Comercial de Belo Horizonte e Região, Francisco Petri Moraes. Para ele, a melhora do ambiente econômico - confirmada pela redução da Selic, diminuição do desemprego e menor inflação - foram anuladas em função da esfera política e a dificuldade de prever um futuro mesmo no pós eleições de 2018.
"O varejo é muito sensível a percepção da economia do dia a dia, aquela que pesa no bolso do brasileiro. Estamos administrando um cenário de desafios há mais de dois anos, e tem ficado cada vez mais dificil manter operações com margens tão comprometidas", diz.
Confiança
Se mostrando um pouco mais otimista com o futuro, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) aponta que o pior da crise econômica já passou, e já arrisca prever um crescimento alto no faturamento do setor. "Para 2017, a Federação projeta uma alta real de 5% no faturamento do varejo paulista. "A Entidade ressalta, porém, que os desdobramentos da crise política ao longo dos próximos meses serão decisivos para a consolidação dessa estimativa", informou a entidade, em nota.
Ainda assim, a Fecomércioressalta que a expectativa é mais positiva do que no mesmo período do ano passado. "Diante da queda nas vendas, o ajuste no quadro de funcionários foi inevitável, e o comércio varejista eliminou pouco mais de 107 mil empregos com carteira assinada em 2015 e 2016", dizia a nota.
No entanto, com a leve recuperação das vendas neste começo de ano, o mercado de trabalho também tende reagir. Em abril, o setor abriu 1.570 vagas no Estado e encerrou o mês com 2.054.084 trabalhadores formais, sendo a maioria deles alocada nos setores de supermercados (31,4%); outras atividades (16,2%); e lojas de vestuário e calçados (12,5%).
A entidade reforça que o varejo de São Paulo deve dar um impulso para a economia nacional e, "somado à retomada do setor atacadista paulista, pode ser decisivos para decretar o fim do pior período de recessão da história brasileira", completava a nota. Os dois setores empregam, juntos, mais de 2,5 milhões de pessoas com carteira assinada no Estado de São Paulo.
Fonte: DCI São Paulo