Indicador frustra previsões para PIB

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A economia pisou no freio e frustrou as expectativas ao mostrar contração em maio, informou o Banco Central (BC). Os dados foram captados, em parte, antes da crise política e dão sinal de recuperação ainda fraca, chancelando o ritmo de corte de juros.

 

O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) - espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB) e que foi divulgado na última sexta-feira pela autoridade monetária brasileira - caiu 0,51% em maio ante abril, em dado dessazonalizado. Essa foi a queda mais intensa desde agosto passado, quando o índice recuou 0,7%

 

"A economia continua nessa toada de recuperação gradual com oscilações que são naturais. Dificilmente teremos vários meses seguidos de crescimento expressivo", disse a economista-chefe da consultoria Rosenberg & Associados, Thais Marzola Zara.

 

Os dados do IBC-Br foram captados, em parte, antes da eclosão da crise política que afeta Michel Temer, o que tem atingido a confiança dos agentes econômicos.

 

Esse é o segundo resultado negativo no ano para o indicadobr, que incorpora projeções para a produção nos setores de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos. A outra retração foi vista em março.

 

Destacando ainda mais a fraqueza da atividade doméstica, o BC revisou o número de abril último para uma alta de 0,15%, contra avanço de 0,28% divulgado anteriormente.

 

A queda na atividade ainda favorece a trajetória de queda da taxa básica de juros promovida pelo BC e dá mais espaço para novo corte de 1 ponto percentual da Selic, atualmente em 10,25% ao ano. A expectativa é de que feche 2017 em 8,25% ao ano.

 

O resultado de maio do IBC-Br tem como pano de fundo uma queda inesperada nas vendas no varejo em 0,1%. O varejo soma-se a um resultado fraco também do setor de serviços, o que acabou por ofuscar a melhora da indústria, que teve expansão de 0,8%.

 

Esses resultados também são encarados com cautela já que podem ainda não ter refletido na totalidade a profunda crise política que eclodiu em meados de maio, quando delações de executivos do grupo J&F levaram à denúncia por crime de corrupção contra Michel Temer. O crescimento deve permanecer fraco e volátil durante 2017 dada a alta incerteza política e de política econômica, e uma série de outros fatores estruturais", escreveu em nota o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs, Alberto Ramos.

 

 

Fonte: Reuters

 

 


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