Após apresentar deflação de 0,48% em junho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) sofreu alta de 0,31% em julho, conforme divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice sofreu influência principalmente da energia elétrica, com elevação de 8,01%; dos combustíveis, que tiveram alta de 0,79%; e dos planos de saúde, com acréscimo de 1,05%. O aumento foi maior que o nacional, que apresentou avanço de 0,24% na passagem de junho para julho.
Na RMBH, no acumulado do ano, o índice apresentou alta de 0,89%, enquanto no País foi de 1,43%, bem menor que os 4,96% registrados em igual período do ano passado. Nos últimos 12 meses, a elevação na Região Metropolitana de Belo Horizonte foi de 1,88%, sendo o segundo menor índice do País. No Brasil, nos últimos 12 meses, o IPCA teve aumento de 2,71%, menor taxa no acumulado de 12 meses desde fevereiro de 1999 (2,24%).
Segundo o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Guilherme Almeida, o aumento da inflação em julho já era esperado devido aos anúncios da mudança da bandeira tarifária da energia elétrica e ao aumento do Programa de Integração Social/Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) sobre combustíveis.
Por outro lado, o processo de desinflação dos alimentos – grupo responsável por 25% das despesas familiares – causado pela safra recorde e também pela pressão das famílias, que estão tentando economizar, acabam segurando o índice. Segundo Almeida, a inflação deve permanecer em patamares mais baixos, inclusive porque não há perspectiva de retomada mais contundente do consumo. Ele ressalta que, no País, o IPCA em 12 meses, de 2,71%, está abaixo do piso da meta, que é de 3%.
Grupos - Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, sete tiveram elevação na RMBH, sendo eles habitação (1,87%); saúde e cuidados pessoais (0,66%); despesas pessoais (0,43%); transportes (0,16%); artigos de residência (0,08%); educação (0,02%) e comunicação (0,01%). Os que apresentaram queda foram alimentação e bebidas (-0,47%) e vestuário (-0,77%).
No grupo habitação, o subitem que mais puxou a alta foi energia elétrica, com variação de 8,01% na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O gerente do índice de preços do IBGE, Fernando Gonçalves, explica que isso ocorreu devido à entrada em vigor, em julho, da bandeira tarifária amarela, representando uma cobrança adicional de R$ 2 a cada 100 Kwh consumidos. “A energia pesa bastante e já temos a informação de que em agosto será cobrada a bandeira 3, ou seja, esse item continuará pressionando a inflação para cima”, diz.
Já no grupo transportes, o destaque foi combustível, com variação de 0,79% na RMBH. O litro da gasolina ficou, em média, 1,08% mais caro, enquanto o etanol apresentou variação de 0,64%.
Alimentação - Segundo o IBGE, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, os produtos com maiores elevações nos preços foram o tomate, com alta de 20,86%; melancia (+12,55%); milho verde em conserva (+11,29%); e quiabo (+8,99%).
Ainda assim, o grupo alimentação e bebidas apresentou, no geral, deflação de 0,47% devido à queda de vários produtos, com destaque para batata inglesa (-21,31%), açúcar cristal (-10,61%) e laranja pera (- 8,81%). Os dez produtos com reduções mais expressivas de preços pertencem a esse grupo.
Fonte: Diário do Comércio de Minas