São Paulo - Após registrar um aumento maior que o esperado nas vendas para o Dia dos Pais, varejistas de todo o Brasil estão otimistas com o comércio para o dia 12 de outubro. O Dia da Criança, tradicional termômetro para as vendas natalinas, deve apresentar incremento de até 5% - com maior apelo dos produtos de menor valor agregado.
As estimativas para data, que envolvem um discurso coletivo do varejo de melhora no ambiente econômico, se apoiam também nos resultados de vendas no Dia das Mães e dos Namorados, em que houve avanço no volume de vendas e faturamento dos lojistas. "A tirar pelo Dia dos Pais, que surpreendeu, acreditamos que a venda para o Dia da Criança também ficará a cima do visto ano passado", diz o economista Pedro Maciel, que também é consultor e conselheiro da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Paraná.
A estimativa do consultor vem em linha com outras associações. Na Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de SP a expectativa também é de aumento na casa dos 5% nas vendas este ano. "Estamos entrando em um cenário econômico otimista se comparado ao início do ano. Sendo assim, as datas comemorativas do último trimestre têm grande potencial para alavancar o comércio", comentou o presidente da FCDLESP, Maurício Stainoff.
Apesar do otimismo, ele alerta que ainda não houve total desconexão entre a economia e a política brasileira. "Não devemos ignorar o cenário de incerteza política e nem comparar com anos em que as vendas estavam em alta. A situação ainda é de recessão."
Rio de Janeiro
Vivendo uma crise de segurança e financeira, o Estado do rio de Janeiro tem a previsão menos otimista para a data entre as entidades ouvidas pelo DCI. Por lá, a projeção do Centro de Estudos do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) é de incremento na casa dos 1,5% nas vendas. Segundo a pesquisa, 79% dos lojistas esperam crescimento nas vendas. O presidente do CDLRio, Aldo Gonçalves, diz que a estimativa de vendas é de moderado otimismo, já que as datas comemorativas anteriores (entre elas Dia das Mães, dos Pais e dos Namorados) não alcançaram as expectativas dos lojistas. "Apesar disso, os lojistas estão fazendo a sua parte. Inovam para seduzir os pais e avós e apostam nas promoções, descontos, diversificação de planos de pagamento e crédito mais fácil", conclui Aldo, que cita a concorrência com o comércio informal como algo que ainda pressionará o setor.
De Minas ao Ceará
Na capital mineira, os empresários de Belo Horizonte também estão otimistas, e 80% dos entrevistados pela FecomercioBH, esperam venda maiores neste ano. O Dia da Criança, que impacta em cerca de 35,3% dos varejistas da região, deve ser marcado pela compra de presentes de até R$ 100 reais e, para o economista da Federação, Guilherme Almeida, será a o grande termômetro para as vendas natalinas. "O número de pessoas que vão às compras caiu frente ao ano passado (51,8%), o que vai contra a corrente atual. No entanto, a explicação, provavelmente, não é econômica. A pesquisa indica que 44,3% desses consumidores afirmaram não ter a quem presentear, contra 27,9% que fizeram essa afirmação na última pesquisa", pondera Almeida.
Segundo o estudo da Fecomercio, os itens mais procurados serão os brinquedos (53,2%), como acontece tradicionalmente, e roupas (23,2%).
No Nordeste, as expectativas também estão altas. Para a data, o comércio espera movimentar R$ 170 milhões, com 63,6% dos consumidores planejando presentear alguém. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio/CE), se confirmado, o resultado será 5% maior que na mesma data de 2016,
Segundo levantamento da Federação, o brinquedo será o presente mais vendido, com 63,3% dos entrevistados optando por esse tipo de item.
Fonte: DCI São Paulo