As vendas do varejo voltaram a crescer em setembro, confirmando a trajetória de retomada lenta do setor, após tropeço em agosto, acreditam economistas. A média de 25 projeções de consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data aponta para avanço de 0,4% do varejo restrito em setembro, em relação ao mês anterior e feito o ajuste sazonal. As estimativas variam de estabilidade a avanço de 1,1%.
Para o varejo ampliado (inclui vendas de automóveis e material de construção) a média das projeções sugere expansão de 0,8% na base mensal ajustada. Em agosto, o varejo restrito recuou 0,5%, interrompendo sequência de quatro meses sem queda (houve estabilidade em julho) e surpreendendo analistas, enquanto o ampliado teve variação positiva de 0,1%.
"É uma continuidade da retomada da atividade econômica, influenciada principalmente pela inflação mais baixa e também pela estabilização do mercado de trabalho, o que propicia uma volta ao consumo dos trabalhadores, impulsionando as vendas do varejo", afirma Rafael Leão, economista-chefe da Parallaxis. A consultoria projeta avanço de 0,5% para o para o varejo restrito em setembro e crescimento de 1,2% para o ampliado, na comparação mensal ajustada.
O desempenho do varejo ampliado é puxado pelas vendas de veículos, que cresceram 4% de agosto a setembro, segundo a Fenabrave, que representa as concessionárias de automóveis. No restrito, o destaque são as vendas de supermercados, com alta de 3% em igual comparação, conforme a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Os dados foram ajustado pela Parallaxis.
Se confirmada a projeção da Parallaxis, as vendas do varejo restrito encerrarão o terceiro trimestre com avanço de 0,4% em relação ao segundo trimestre, na série dessazonalizada, e de 4,3% em relação a igual período de 2016.
O Santander projeta avanço de 0,4% tanto para o varejo restrito, quanto para o ampliado. "O varejo deve consolidar a percepção de que a demanda está em expansão, principalmente nos setores de bens duráveis, menos sensíveis à renda e mais sujeitos às mudanças de humor do consumidor e das condições de crédito", afirma relatório do banco.
O Haitong estima alta de 0,3% para o varejo restrito e de 0,8% para o ampliado em setembro. Com isso, o comércio encerraria o terceiro trimestre com crescimento de 0,3% e 2%, respectivamente, em relação ao segundo trimestre e feito o ajuste sazonal.
Fonte: Valor Econômico