Em meio aos seguidos reajustes da gasolina, a mediana das previsões para os preços administrados no ano de 2017 subiu de 7,55% para 7,90%. Foi a oitava elevação consecutiva na projeção dos preços controlados pelo governo, mostrou o relatório Focus.
Com as recentes altas seguidas, a expectativa dos economistas consultados pelo Banco Central já subiu mais de um ponto porcentual em apenas um mês. Há quatro semanas, a aposta do mercado era de alta de 6,83% para os preços administrados.
Para 2018, a mediana seguiu a mesma tendência e subiu de 4,80% para 4,90%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 4,80% no próximo ano.
Na ata da última reunião do Copom - publicada em 31 de outubro - o Banco Central atualizou suas projeções de alta para os preços administrados: 7,9% em 2017, 5,1% em 2018 e 4,3% em 2019.
O mercado financeiro voltou a reduzir as projeções para o IPCA - o índice oficial de preços - para este ano. O Relatório Focus mostrou que a mediana para o IPCA em 2017 caiu de 3,09% para 3,06%. Há um mês, o mercado previa alta de 3,08%. A projeção para o índice de 2018 seguiu a tendência e caiu de 4,03% para 4,02%. Assim, retornou ao patamar visto há quatro semanas.
No dia 10 de novembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA de outubro subiu 0,42%. No ano, a inflação acumulada é de 2,21% e, em 12 meses, acumula 2,70%.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 no Focus não acompanhou o restante do mercado e subiu de 3,03% para 3,10%. Para 2018, a estimativa do Top 5 também avançou ligeiramente, de 3,95% para 4,00%.
Percepção do consumidor
A mediana da inflação esperada pelos consumidores nos próximos 12 meses ficou em 5,9% em novembro, um recuo de 0,5 ponto porcentual em relação ao resultado de 6,4% registrado em outubro informou ontem, a Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores. O resultado é o mais baixo desde fevereiro de 2008 (5, 8%).
"Como previsto nos meses anteriores, a expectativa de inflação dos consumidores se mantém em queda. O fator que mais contribui para essa tendência de queda das expectativas é a percepção da inflação atual, IPCA acumulado em 2017, e a repercussão positiva relacionada ao controle dos preços. Seguindo a mesma linha de raciocínio dos últimos meses, espera-se que a expectativa de inflação dos consumidores feche o ano no patamar de 5%", diz o economista Pedro Costa Ferreira, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota. A pesquisa consultou 2,1 mil brasileiros.
Fonte: Estadão Conteúdo