A Via Varejo, controladora da Casas Bahia e do Pontofrio, espera um aumento da conversão de vendas e da produtividade com o modelo “smart”. A expectativa é um crescimento de entre 25% a 30% no faturamento por metro quadrado.
Lançado há alguns meses, o formato prevê uma maior integração do canal online com o físico e adota uma série de ferramentas que garante uma análise mais aprofundada do comportamento do consumidor dentro das lojas.
O incremento na venda por metro quadrado, uma das principais métricas para a produtividade de uma loja, é explicado pela redução do espaço, em relação ao modelo convencional, com uma manutenção do faturamento.
“Esperámos vender o mesmo de uma loja do modelo anterior com uma área 25% a 30% menor, então o ganho de produtividade vai ser nessa ordem”, explica o diretor de modelos de venda da Via Varejo, Marcelo Nogueira, em entrevista exclusiva ao DCI. Um dos aspectos que vai contribuir para o aumento da produtividade é a maior conversão de vendas, que virá com o uso de soluções de analytics.
O executivo explica que no modelo “smart” a rede adota ferramentas de medição de fluxo em tempo real e de mapa de calor, o que permite uma melhor gestão da conversão de vendas. “Conseguimos identificar de forma mais rápida se precisámos fazer um ajuste de layout ou de sortimento, e isso ajuda na conversão”, afirma.
Apesar de esperar um aumento considerável no indicador, em comparação com o formato convencional, Nogueira não revela de quanto poderia ser o incremento. “É um número que temos, mas que por enquanto estamos guardando a sete chaves”, diz.
Para o final do semestre, uma funcionalidade que será incorporada a operação, e que também tende a contribuir na conversão, é a integração com o histórico do e-commerce. Nogueira explica que se o consumidor entrar na loja e se identificar, o sistema da Via Varejo vai carregar todo o histórico de navegação e compras daquele cliente. “Isso permite que o vendedor tenha informações importantes e não comece a abordagem do zero”, afirma.
A empresa, que faz parte do Grupo Pão de Açúcar (GPA), também tem planos de permitir a venda de produtos do marketplace dentro da loja, através de totens de autoatendimento. “A integração do nosso sistema com o marketplace está em andamento e deve terminar no final do semestre.”
Um piloto que já está em operação é com os produtos calda longa, que a Via Varejo vende em seu e-commerce, mas que não estão presentes nas lojas físicas. Um exemplo, segundo Nogueira, são os pneus – categoria importante para a empresa e que já está exposta nas unidades “smart” através dos totens e das telas.
Com a integração com o marketplace, outra solução que a empresa passaria a oferecer é a possibilidade do consumidor comprar na plataforma, com os lojistas parceiros, e retirar o produto nas lojas físicas da rede, como já é feito com os itens vendidos diretamente pelo site da Casas Bahia e do Pontofrio. “Também queremos permitir, ainda para este ano, que as lojas virem pontos de coleta para o marketplace. Estamos montando um menu de novas funcionalidades para os vendedores parceiros”, diz.
Plano de expansão
Na semana passada, a rede abriu duas novas lojas do formato “smart”, uma no bairro de Itaquera, em São Paulo, e outra na cidade de Fortaleza (CE). As duas se somam a outras três já inauguradas: em Aparecida de Goiânia (GO), Petrolina (PE) e em Canoas (RS).
As aberturas fazem parte de um plano de expansão que prevê 70 a 80 unidades do formato “smart” ainda este ano, além da conversão de operações já existentes para o modelo. A ideia é que até 2019 todas as lojas da Via Varejo sejam convertidas ao novo formato. “Costumamos dizer que o modelo convencional acabou”, afirma o diretor da empresa.
Um dos benefícios do formato é garantir a entrada da rede em novos mercados. “O modelo ‘smart’ permite testar alguns mercados que estamos em dúvida e saturar regiões que são boas”, afirma. Até o final de janeiro, mais quatro unidades serão inauguradas.
Fonte: DCI São Paulo