As vendas do comércio na cidade do Rio de Janeiro registram queda de 5,8% no acumulado de janeiro/dezembro de 2017 em relação ao mesmo período de 2016, em um movimento potencializado pela crise econômica e de segurança pública no município.
Os dados são da pesquisa Termômetro de Vendas divulgada mensalmente pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e apontam que, em dezembro, as vendas caíram 0,9% em comparação com o mesmo mês do ano anterior, completando 12 meses de quedas seguidas.
O presidente do CDLRio, Aldo Gonçalves, disse que o resultado negativo de 2017 refletiu um ano muito difícil para os brasileiros. “Mais difícil ainda para a população do Rio de Janeiro, que passa por uma crise política e econômica sem precedentes, ao contrário de outros estados que já experimentam alguma recuperação. Todo esse cenário caótico atingiu diretamente o comércio, grande pilar e pulso da nossa economia, responsável por mais de 20% dos empregos formais do estado”, disse Aldo.
A pesquisa encomendada contou com as impressões de 750 estabelecimentos.
Segundo o presidente da entidade, só no primeiro semestre, quase 10 mil estabelecimentos comerciais fecharam suas portas em todo o Estado e que o número segue crescendo. “Na capital, a camelotagem e a desordem urbana desenfreadas tomaram conta dos principais corredores comerciais da cidade, sem a devida ação da prefeitura para coibi-las, afastando os consumidores e prejudicando ainda mais o comércio”, esclarece.
“Mesmo assim o comerciante fez a sua parte. Planejou e organizou-se. Comprou tecnicamente produtos desejados com preço e quantidades adequadas. Investiu no treinamento da equipe para vender mais e conquistar novos clientes. Além disso, realizou – e vem realizando - todo o tipo de promoção, liquidação e descontos para estimular os consumidores, mas nada disso foi o suficiente para aumentar as vendas, daí o resultado negativo, que se repetiu mês a mês durante todo o ano”, conclui.
Alento no Carnaval
Tentando afastar os resultados ruins de 2017, os lojistas se mostram relativamente otimistas com o movimento nas lojas especializadas em produtos ligados ao Carnaval. Segundo a entidade, a expectativa é de um incremento de 1,5% nas vendas até o fim do carnaval em relação ao ano passado.
Segundo os lojistas adereços e fantasias, tecidos, bermudas, shorts, camisetas, linha de praia o preço médio das compras será em torno de R$ 130,00 com predomínio do cartão de crédito parcelado como forma de pagamento , seguido de cartão de loja, dinheiro, cartão de débito.
Segundo Gonçalves o fato do Carnaval cair no começo de fevereiro pode prejudicar as vendas, uma vez que o consumidor ainda está comprometido com as contas de IPVA, IPTU e material escolar.
Fonte: DCI São Paulo