A incipiente melhora no acesso dos consumidores ao crédito, somada a inflação menor que o esperado, forma um cenário positivo para o varejo brasileiro. Em janeiro, as vendas cresceram 0,9% na comparação com dezembro, abrindo caminho para a primeira alta trimestral desde o fortalecimento da crise.
"Há um incremento nas vendas e o comércio se mantém em trajetória ascendente. O ritmo das vendas ainda é gradual visto que nos últimos meses ele subiu e desceu com uma certa frequência. Mas a trajetória é positiva", disse a economista do IBGE Isabella Nunes, que participa do levantamento mensal.
Em janeiro, as vendas no varejo subiram 0,9% na margem, dado mais forte desde junho de 2017, quando houve ganho de 1,1%. Sobre um ano anates, o avanço foi de 3,2%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também revisou as vendas de dezembro, apontando uma queda de 0,5%, contra queda de 1,5% informada antes.
Aumento generalizado
De acordo com a análise dos economistas do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) o avanço generalizado é um bom termômetro. “Os resultados positivos foram bastante difundidos entre os segmentos do comércio na comparação interanual, atingindo 8 dos 10 ramos acompanhados pelo IBGE e 19 dos 27 estados da federação”, dizia a análise.
Na visão de Isabella, do IBGE, o aumento das vendas em janeiro foi puxado pela alta de 2,3% em supermercados, um sinal de maior disposição do brasileiro em gastar. “Por trás disso está claramente crescimento da massa salarial e inflação baixa, especialmente para alimentos", disse.
No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas recuaram 0,1% em janeiro sobre dezembro, com queda de 0,2% em Material de construção mas ganhos de 3,8% em Veículos e motos, partes e peças.
De acordo com o relatório assinado pelos especialistas do Itaú Artur Manoel Passos e Alexandre Gomes da Cunha estimam que a alta no varejo para fevereiro, na análise dessazonalizada gire em torno de 0,5%, em um movimento que poderá elevar a variação do indicador no acumulado do primeiro trimestre de 2018, e abrir caminho para avanço mais robusto do setor.
Fonte: DCI