O faturamento da indústria caiu 16,7% em maio na comparação com abril na série livre de influências sazonais. Foi a maior queda mensal do indicador, e o resultado reverteu os ganhos registrados desde outubro de 2016.
A informação é do Indicadores Industriais, divulgado nesta sexta-feira (29) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o levantamento, a forte retração do faturamento foi provocada pela greve dos caminhoneiros nos últimos dias do mês passado. Segundo o economista da CNI, Marcelo Azevedo, a paralisação dos serviços de transporte no fim de maio agravou as dificuldades que a indústria encontra para se recuperar da crise.
"Os resultados do primeiro trimestre ficaram aquém do esperado, pois a indústria enfrenta problemas com a baixa demanda, alta ociosidade, dificuldades de financiamento e incertezas econômicas que prejudicam a atividade industrial", afirma Azevedo. Com isso, todos os indicadores registraram queda em maio. A utilização da capacidade instalada caiu para 75,9%, o menor percentual desde 2003, quando começou a série histórica.
Já o Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas (FGV) de junho também recuou, atingindo o menor nível desde janeiro, a 100,1 pontos. Porém, o resultado do 2º trimestre foi superior ao imediatamente anterior.
"A descontinuidade nos transportes rodoviários de cargas aumentou os estoques de produtos finais e reduziu os estoques de insumos, afetando custos, produção, utilização da capacidade e confiança", declarou, por meio de nota, a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV IBRE, Tabi Thuler Santos.
O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria de transformação paulista caiu 10,2% na passagem de abril para maio, conforme indicador medido com ajuste sazonal pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Fonte: DCI