O mercado financeiro manteve a perspectiva de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 1,55% para este ano, após oito revisões seguidas. Contudo, piorou a expectativa para 2019, ao passar de alta de 2,60% para 2,50%.
É o que informou o relatório Focus, divulgado ontem pelo Banco Central (BC). As incertezas econômica e política, intensificadas com a greve dos caminhoeiros durante 11 dias no mês de maio, foram as causas para a piora nas projeções. Apesar de manter a estimativa nesta semana com relação a 2018, há um mês, os especialistas projetavam avanço de 2,18% da economia para o período.
A mediana – com mais de 100 entrevistados –, apontada pelo relatório Focus desta segunda-feira, está praticamente em linha com a nova perspectiva do BC para o PIB de 2018, de 1,6%, conforme revela o Relatório Trimestral de Inflação.
Já no caso do Índice de preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, os economistas consultados pela autoridade monetária brasileira esperam que a variação no fechamento deste ano seja de 4,03%, um aumento da previsão na comparação com o Focus anterior, cuja mediana era de 4%. Foi a sétima revisão positiva para este indicador. Há um mês estava em 3,65%.
Mesmo com essa piora na projeção para o IPCA, se confirmada, continuará abaixo do centro da meta estabelecida para 2018, de 4,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p).
Com relação a 2019, o prognóstico do mercado foi mantido em 4,10% pela segunda semana seguida. A meta para esse ano é de 4,25%, podendo ficar entre 2,75% e 5,75%.
Selic
A estimativa para a taxa básica de juros (Selic) no relatório Focus desta semana segue 6,5% ao ano (há cinco levantamentos) para o final de 2018, e em 8% (há 24 divulgações) para o fechamento de 2019. Atualmente, a taxa está em 6,5%.
Por outro lado, a mediana do Top 5 para a Selic em dezembro do ano que vem mudou em relação ao Focus da semana passada, ao passar de 8% para 7,88%, o que revela que parte dos analistas espera que o BC não deve intensificar o aperto monetário.
Mudança
Conforme informou o BC, desde ontem, o Focus passará a contemplar as projeções de mercado para os três anos seguintes, além do ano corrente. Segundo nota da autoridade, “a mudança busca alinhar o horizonte das projeções divulgadas semanalmente pelo Focus ao das metas para a inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)”.
A perspectiva do IPCA para 2020, com 96 respostas dos analistas, é de variação de 4%, percentual que se espera repetir em 2021, na avaliação de 89 especialistas consultados.
No caso do crescimento econômico, 56 economistas responderam que esperam um percentual de 2,50% no acumulado de 2020, e, para 51 entrevistados, uma alta de 2,50% para 2021.
A previsão para a taxa de juros é de terminar 2020 em 8% (com 77 respostas), e também neste patamar para o final de 2021 (na opinião de 72 especialistas consultados).
Fonte: DCI