Arroz, pão, carne, leite, ônibus e gás pressionam inflação em julho

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"Prévia" da inflação oficial sobe menos, mas tem a maior taxa para julho desde 2004. Em 12 meses, variação chega a 4,53%, passando de 5% na região metropolitana de São Paulo.

 

Mesmo subindo menos do que no mês anterior, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve em julho a maior variação para o mês desde 2004 e ficou em 0,64%, ante 1,11% em junho. Com o resultado, divulgado nesta sexta-feira (20) pelo IBGE, a taxa no ano está acumulada em 3%. Em 12 meses, subiu para 4,53%, passando de 5% na região metropolitana de São Paulo. Itens básicos, como alguns alimentos, gás de cozinha e energia elétrica, tiveram alta neste mês.

 

Três grupos – Alimentação e Bebidas (0,61%), Transportes (0,79%) e Habitação (1,99%) – foram responsáveis por 95% do índice geral. No primeiro, o de maior peso na composição da taxa, a alta foi menor que a de junho (de 1,57% para 0,61%), com queda em produtos como batata-inglesa (-24,80%), tomate (-23,57%), cebola (-21,37%), hortaliças (-7,63%) e frutas (-5,24%).

 

Mas itens importantes no dia a dia continuaram registrando alta. Casos do leite longa vida (18,30%), frango inteiro(6,69%), frango em pedaços (4,11%), arroz (3,15%), pão francês (2,58%) e carne (1,10%). Comer fora de casa também subiu mais do que em junho, variando 0,38%.

 

Em Transportes, o IBGE apurou queda de 0,57% nos combustíveis, com redução dos preços médios de óleo diesel (-6,29%), etanol (-0,78%) e gasolina (-0,37%). Mas apenas a passagem aérea, com variação de 45,05%, teve impacto de 0,12 ponto percentual no IPCA-15. Também subiram itens como ônibus interestadual (4,60%), ônibus urbano (1,42%) e ônibus intermunicipal (1,07%). Outra alta foi do pedágio (0,46%), com reajustes em São Paulo e no Rio de Janeiro.

 

Habitação teve a maior variação entre os grupos e o maior impacto no mês, com 0,31 ponto percentual, quase metade do índice total. Destaque para a energia elétrica (6,77%), responsável por 0,25 ponto. O gás de botijão subiu 1,36% e o gás encanado, 1,24%. Mais uma alta foi apurada para o item taxa de água e esgoto (1,27%).

 

Entre as regiões pesquisadas, o IPCA-15, "prévia" da inflação oficial, variou de 0,07% (Belém) a 1,01% (Curitiba). No acumulado em 12 meses, as taxas vão de 2,37% (Belém) a 5,12% (São Paulo). O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 8 de agosto.

 

Fonte: RBA


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