Em maio, as vendas do comércio varejista no Estado de São Paulo atingiram R$ 53,6 bilhões, alta real de 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse foi o quarto maior resultado do varejo paulista para o mês desde o início da série histórica, em 2008. Dessa forma, o faturamento real do setor acumulou altas de 6,1% no ano e de 5,3% nos últimos 12 meses. Apesar do crescimento, os dados de maio mostram uma desaceleração no ritmo de crescimento motivada pela paralisação dos caminhoneiros, que criou uma crise de desabastecimento em todo o País.
Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista do Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).
Diferentemente do que vinha sendo observado desde julho de 2017, com o varejo paulista registrando crescimento das vendas na maioria das atividades e em todas as 16 regiões do Estado, em maio houve um maior equilíbrio entre os nove setores analisados, com quatro deles mostrando quedas, quatro apresentando altas e um apontando estabilidade.
Entre os segmentos com aumento em seu faturamento real em maio, destacaram-se outras atividades (8,8%), em que predomina o comércio de combustíveis, e supermercados (4,2%). Juntas, essas atividades contribuíram com 3,2 pontos porcentuais (p.p.) para o resultado geral. Em contrapartida, concessionárias de veículos (-2,3%) e autopeças e acessórios (-5,6%) impediram um resultado geral melhor, exercendo uma pressão negativa de 0,4 ponto porcentual.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, os dois setores que mais cresceram no mês foram diretamente impactados pela paralisação dos caminhoneiros. O primeiro engloba a venda de combustíveis, cuja forte alta dos preços impulsionou o faturamento do grupo de outras atividades muito acima da média geral da inflação.
O segmento de supermercados, por sua vez, além da alta nos preços decorrente do desabastecimento temporário, também registrou antecipação de consumo no fim do mês em função da incerteza quanto à duração da paralisação e do risco de generalização da falta de produtos alimentícios, principalmente. Os consumidores com condições financeiras optaram pela estocagem no fim do mês, o que impulsionou essa alta nas vendas.
Ainda segundo a Federação, em termos gerais, o varejo paulista mostra um índice expressivo de crescimento no ano, principalmente com os bons desempenhos das atividades que comercializam bens duráveis, graças ao ciclo de melhoria na confiança dos consumidores e empresários iniciado em 2017. No entanto, a lentidão na recuperação do mercado de trabalho, as circunstâncias conjunturais (como a greve dos caminhoneiros) e as turbulências e incertezas decorrentes do quadro político-eleitoral podem impactar negativamente as vendas nos próximos meses.
Expectativa
Para a Entidade, os resultados de vendas de junho deverão mostrar de forma mais ampla os impactos da paralisação e permitir uma melhor avaliação das tendências que devem prevalecer até o fim do ano, uma vez que a greve gerou impactos diretos sobre preços de produtos essenciais já captados nos indicadores de inflação em maio e junho, além de turbulências no mercado de câmbio e pressões sobre insumos básicos. Nesse cenário, as projeções continuam apontando para um crescimento anual ao redor de 5% em 2018.
Capital paulista
As vendas do varejo na capital paulista em maio apontaram alta de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. Assim como verificado no Estado, esse foi o quarto maior resultado do varejo paulistano para um mês de maio desde o início da série histórica, em 2008. O faturamento real do setor foi de R$ 16,8 bilhões no mês.
Com isso, a taxa acumulada no ano foi de 5%, o que representa um incremento de R$ 3,9 bilhões em comparação ao apurado entre janeiro e maio do ano passado.
Entre as nove atividades analisadas, sete registraram crescimento nas vendas em comparação com o mesmo mês de 2017. Os destaques ficaram por conta dos segmentos de outras atividades (7,7%) e supermercados (3,3%). Somados, esses setores contribuíram com 2,2 pontos porcentuais para o desempenho geral.
Em contrapartida, as atividades de concessionárias de veículos (-3,1%) e de autopeças e acessórios (-2,1%) sofreram variação negativa no comparativo com maio do ano passado. A primeira contribuiu com 0,5 p.p. para o resultado geral, e a segunda teve contribuição pouco significativa para o desempenho, na mesma base comparativa.
Fonte: Investimentos e Notícias