O setor de serviços paulistano faturou R$ 27,7 bilhões em julho, a maior cifra para o período desde 2010, quando teve início a série histórica. Foi o que mostrou uma análise divulgada ontem (4) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Na comparação com o sétimo mês do ano passado, foi registrada uma alta de 11,9%, o que representa um avanço de R$ 2,9 bilhões nas receitas do setor. Já no acumulado entre janeiro e julho, foi vista uma expansão de 14,9% no faturamento. Em doze meses, o crescimento foi de 12,5%.
Parte da Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS), os dados indicaram que nove das 13 atividades analisadas na cidade de São Paulo tiveram um aumento real do faturamento em relação a julho do ano passado.
Entre os avanços, tiveram destaque os das seguintes atividades: mercadologia e comunicação (109,3%); jurídicas, econômicas, técnico-administrativas (29,1%); educação (22,8%); técnico-científico (11,2%); turismo, hospedagem, eventos e assemelhados (9,2%); e serviços bancários, financeiros e securitários (5,9%).
Por outro lado, foram vistos resultados negativos em julho nos seguintes segmentos: representação (-26,1%); construção civil (-21,5%); conservação, limpeza e reparação de bens móveis (-4,4%); e saúde (-2,6%).
Sobre a manutenção da trajetória de queda pela construção civil, um dos segmentos que mais recuaram durante o período de recessão, a FecomercioSP indicou, em nota, que a recuperação do ramo vai depender da melhora do emprego e da renda nos próximos meses.
A PCSS é composta com base na arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município de São Paulo, por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Prefeitura de São Paulo e a FecomercioSP.
Estabilidade
Em entrevista ao DCI, a porta-voz do levantamento afirmou que a confiança das famílias e dos investidores melhorou neste ano, mesmo com as incertezas trazidas pelo processo eleitoral.
“Para o setor de serviços é fundamental que haja mais estabilidade na economia. Com uma maior segurança, as empresas passam a contratar mais serviços bancários e jurídicos, por exemplo”, afirmou Kelly Carvalho, assessora econômica da FecomercioSP.
Segundo ela, a aproximação das votações para a presidência deve tirar força do faturamento de serviços. “Mesmo em julho, mês que tivemos esse recorde, já foi vista uma desaceleração da alta nas receitas”. Em junho, o avanço do faturamento foi de 21,8%.
Para o acumulado de 2018, a FecomercioSP projeta um crescimento de 15% na receita do setor. “Nos últimos meses deste ano deve haver certa instabilidade nos resultados, mas a tendência de alta será mantida”, afirmou Kelly.
Ao falar sobre o ano que vem, entretanto, a especialista disse que há maior incerteza nas projeções. “Vai depender muito do plano de governo que for estabelecido após as eleições e de como esse plano será recebido pelo mercado e pelas famílias”, explicou ela.
Acima da média
O resultado visto na cidade de São Paulo é superior aos dados registrados em boa parte do País. Prova disso está na mais recente Pesquisa Mensal de Serviços, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os resultados de julho obtidos pelo levantamento indicaram uma alta de 3,7% na receita do setor em relação a igual mês do ano passado.
A variação acumulada entre janeiro e julho (1,7%) e o avanço em 12 meses (1,5%) também foram bastante inferiores aos vista na capital paulista no mesmo período.
Fonte: DCI