Apesar da alta de 7% nas vendas de material de construção na passagem de setembro para outubro, a estabilidade no faturamento do setor sobre um ano antes deixa os lojistas em compasso de espera. Ainda que as vendas de final de ano animem, é preciso esperar o comportamento do consumidor para cravar um crescimento de 6,5% neste ano.
Os dados fazem parte do levantamento mensal da Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco) e apontam que de janeiro a outubro os lojistas de material de construção apresentaram um incremento de 5,5% em vendas na comparação anual, movimento que foi verificado em todas as regiões.
De acordo com a análise da entidade, a alta de 7% na passagem de setembro para outubro já era esperada, principalmente pela proximidade das definições eleitorais. “Tivemos queda do dólar de mais de 7% no mês e alta de mais de 6% na Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista. Esse otimismo refletiu nas lojas, as pessoas voltaram a comprar e a planejar gastos com a casa”, dizia o relatório da Anamaco.
No caso do consumidor final, apesar da melhora da confiança, a sócia fundadora da consultoria Connect Shopper, Fátima Merlin lembra que os efeitos da recessão ainda estão presentes na renda familiar. “O brasileiro ainda está com os bolsos apertados por conta da crise”, alerta.
Com isso as vendas no último trimestre, que normalmente envolvem pequenos reparos em casa e ajudam na composição do faturamento anual do ramo, podem ficar defasadas.
Atrás do balcão
Enquanto o consumidor ainda faz as contas para definir o orçamento para pequenas reformas, o lojista tenta se manter mais otimista sobre o futuro. Segundo a Anamaco, cerca de 47% dos 530 empresários entrevistados pretendem realizar novos investimentos nos próximos 12 meses, ao passo que a confiança nas ações do governo federal saltou de 41% para 68% no mesmo período.
Sobre as vendas de novembro, 61% acreditam que terão desempenho melhor que em outubro, fator que pode ajudar na meta de crescimento de 6,5% do setor no ano.
No décimo mês de 2018, o destaque nas vendas foi o segmento de tintas (+10%), seguido de telhas de fibrocimento (+5%). Na outra ponta, a venda de revestimentos cerâmicos teve retração de 5%.
Quando analisado vendas por região, quase todas as zonas do País avançaram, com destaque para o Centro-Oeste e Sul, que apresentaram salto de dois dígitos (+18% e + 17%, respectivamente). Norte e Sudeste cresceram 8% e 6%, enquanto o ponto fora da curva foi o Nordeste (-5%).
Fonte: DCI