O secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, lamentou nesta quarta-feira a queda de novas regras mais rígidas sobre o abono salarial na votação da reforma da Previdência em primeiro turno no Senado, avaliando que a política não prestigia os mais pobres.
“A perda do abono é uma pena por se tratar de uma política mal focalizada”, disse Bianco à Reuters.
Em postagem no Twitter mais tarde, Bianco destacou que apenas 40% dos pagamentos do abono salarial são direcionados para os mais pobres. “Hoje recebe abono um jovem de família rica que ganha até 2 mil reais, enquanto um ambulante não tem direito a nada”, afirmou o secretário.
“O Brasil queria alterar o abono para fazer com que esse valor chegasse aos mais pobres, chegasse aos informais. Infelizmente perdemos isso, temos que mudar essa situação”, afirmou.
Após a aprovação do texto principal na noite de terça-feira, o plenário do Senado votou quatro dos 10 destaques que separavam trechos específicos para deliberação à parte, e foi aprovado um destaque proposto pela bancada do Cidadania que excluiu da reforma mudanças sobre o abono salarial que reduziriam o limite de renda mensal para ter direito ao benefício.[nL2N26N0BO]
Após a votação do destaque do abono, que representou uma derrota para o governo e reduziu a economia prevista com a reforma previdenciária em 76,4 bilhões de reais em 10 anos, os senadores suspenderam a sessão, que será retomada nesta quarta-feira.
Apesar da ressalva ao destaque do abono, Bianco disse considerar a aprovação do texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) previdenciária uma vitória importante para o país.
“Com certeza (a aprovação parcial) é uma vitória, mas ainda não terminou. Faltam alguns destaques e segundo turno, e esperamos manter tudo”, completou, considerando o impacto da questão do abono “significativo”.
Fonte: Reuters