Pedir o nome emprestado para algum parente ou amigo para a realização de alguma compra ainda é uma prática comum entre os brasileiros. Mas mesmo entre aqueles que afirma já ter feito compras utilizando nome de outra pessoa % têm receio de emprestar o próprio nome, caso receba o pedido de alguém. É o que mostra pesquisa divulgada nesta terça-feira (8) pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
O estudo aponta que 36% dos consumidores brasileiros fizeram compras utilizando o nome de terceiros no último ano e que 49% das pessoas que já pediam o nome emprestado não emprestariam o seu próprio nome, caso alguém fizesse o mesmo pedido.
“Muitos dos que pedem o nome emprestado não fariam o mesmo por outra pessoa, justamente, por entenderem que é uma prática que envolve riscos. Uma alternativa para quem quer ajudar é oferecer dinheiro em espécie em vez de emprestar o cartão de crédito. Dessa forma, o provável prejuízo se restringirá apenas a quantia emprestada, sem que a dívida aumente por conta de juros ou gere negativação de CPF”, explica a economista Marcela Kawauti.
Segundo o levantamento, o hábito de pedir o nome emprestado é ainda maior entre as pessoas de mais baixa renda (38%) e entre os jovens (46%). As pessoas mais procuradas são aquelas do círculo de convivência, como os pais (28%), os cônjuges (21%), amigos (17%) e irmãos (16%).
Além disso, a maioria (69%) dos entrevistados disse que não sentiu qualquer dificuldade por utilizar o nome de terceiros no momento da compra, enquanto 25% enfrentaram algum empecilho nesse procedimento.
A prática, segundo a pesquisa, é utilizada, principalmente, por quem está com dificuldades de acesso ao crédito ou enfrenta imprevistos e não conta com uma reserva de emergência.
"Em cada dez pessoas que pediram o nome emprestado para realizar compras parceladas, três (30%) se encontravam com o limite estourado no cheque especial ou cartão de crédito. Outros 22% não tinham determinadas modalidades de crédito à disposição para uso, 18% estavam com o ‘nome sujo’ e 16% tiveram crédito negado", afirma o estudo.
Segundo a pesquisa, os argumentos de convencimento mais utilizados por quem pede o nome emprestado são a obrigação de pagar uma dívida (22%) e a necessidade de fazer compras em supermercados (17%). Há ainda 14% de pessoas que alegaram ter de comprar algo para o filho.
Cartão de crédito lidera ranking
Segundo o levantamento, o cartão de crédito é o meio de pagamento mais solicitado (74%) por quem pede o nome emprestado. Em seguida, aparecem crediário (13%), financiamento (10%) e empréstimo bancário (9%).
A pesquisa entrevistou 805 consumidores. A margem de erro da amostra total é de 3,4 pontos percentuais, para uma margem de confiança de 95%.
A pesquisa mostra também que é comum o empréstimo de nome deixar sequelas no relacionamento. "Em 51% dos casos a falta de pagamento do dinheiro emprestado fez com que a relação de amizade ficasse abalada. Outros 40% garantem que a amizade continua como antes, enquanto 9% não souberam responder", afirma o estudo.
Fonte: G1 - Economia