Uma combinação de queda no desemprego, inflação e juros baixos e maior oferta de crédito deve sustentar os gastos das famílias no Brasil, permitindo ao país sair gradualmente da recessão, afirmou hoje a agência de classificação de risco Moody’s Investors Service em relatório.
Historicamente, o consumo é um dos pilares da economia do Brasil, afirma o vice-presidente sênior da Moody´s Gersan Zurita. Embora o desemprego permaneça elevado, a tendência é de queda e a taxa provavelmente recuará para menos de 12% no fim de 2019, pela primeira vez desde o fim da recessão, acredita.
A melhora no mercado de trabalho, combinada com inflação baixa e taxas de juros em queda, tem dado suporte ao poder de compra do consumidor, acrescenta ele. A inflação deve encerrar 2020 abaixo de 4%, marcando quatro anos consecutivos de IPCA abaixo da meta do Banco Central.
À medida que a confiança do consumidor aumenta, reforçando as vendas no varejo, a disponibilidade de crédito exercerá papel importante, especialmente para os consumidores que estavam com dificuldade para acessar os canais de crédito tradicionais, e para as pequenas e médias empresas (PMEs).
O crédito no Brasil há anos é dominado pelos grandes bancos tradicionais, mas a chegada de novos participantes aumenta a concorrência, criando mais opções de crédito ao consumidor e de sistemas de pagamento para os tomadores.
Mas a Moody’s observa que as taxas de juros do crédito permanecem insistentemente elevadas, apesar de a Selic estar historicamente em seu nível mais baixo.
No entanto, a capacidade das famílias de honrar suas dívidas aumentará com os consumidores renegociando seus débitos ou novas dívidas a taxas mais baixas.
À medida que condições mais benignas forem estabelecidas, as vendas de automóveis, um indicador-chave do dinamismo da economia brasileira, continuarão recuperando-se da queda no período de recessão.
Fonte: Money Times