O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas caiu 3,9 pontos em março, para 97,5 pontos, recuando em 14 dos 19 segmentos pesquisados. Foi a maior queda mensal em 5 anos.
"O resultado do mês mostra os primeiros efeitos da pandemia de coronavírus sobre a confiança da indústria. O ICI registrou a maior queda desde março de 2015 (6,6 pontos), quando ocorreram as primeiras manifestações contra o governo Dilma Rousseff. O NUCI e a percepção dos empresários sobre a demanda e a situação dos negócios sugerem que a produção industrial pode já ter sido impactada. Além disso, a forte deterioração das expectativas, principalmente de bens de consumo duráveis, chama atenção para o cenário de incerteza que desponta para os próximos meses", afirmou Renata de Mello Franco, economista da FGV-IBRE.
Apesar do resultado negativo, a média do indicador no primeiro trimestre de 2020 (99,9 pontos) ficou 2,7 pontos maior do que a do 4º trimestre de 2019 (97,2 pontos).
Já o nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) recuou 0,9 ponto percentual (p.p.) em março, para 75,3%. Em médias móveis trimestrais, permaneceu no nível de 75,6%.
Segundo a FGV, o recuo no índice de confiança é reflexo da piora da percepção dos empresários sobre a situação atual, mas principalmente pela deterioração das expectativas para os próximos três e seis meses. O Índice de Expectativas (IE) caiu 5,6 pontos, para 96,2 pontos. Já o Índice de Situação Atual perder 2,1 pontos, para 98,8 pontos.
Sobre a situação do momento presente, apesar das avaliações do setor sobre o nível dos estoques ter melhorado (o indicador passou de 99,9 pontos para 104,2 pontos), houve deterioração em relação à demanda e à situação atual dos negócios. Ambos os indicadores apresentaram queda, com destaque para a variação de -5,8 pontos do indicador de demanda total, que atingiu 95,1 pontos, o menor valor desde agosto de 2017 (88,2 pontos).
Fonte: G1