O índice que mede a confiança do empresário do comércio, Icec, atingiu em maio sua pior queda mensal da série histórica iniciada em março de 2011 pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), um recuo de 20,9% em relação a abril. O Icec caiu a 94,5 pontos, pior pontuação desde setembro de 2016, entrando na zona de insatisfação (abaixo de 100 pontos).
Segundo a CNC, o resultado foi impactado pela crise econômica causada pela covid-19, com o isolamento social levando à queda drástica da demanda e fechamento ou redução das atividades comerciais. Com 75 pontos, o indicador que mede a satisfação dos empresários com as condições atuais apresentou retração mensal de 26,5%.
O item que mede o pessimismo com a economia recuou 32,8% com relação a abril, registrando a maior redução na comparação com o mês anterior e atingindo 62,5 pontos, o menor patamar desde setembro de 2018. A proporção de empresários do comércio que espera a piora da economia nos próximos meses dobrou de 15,3% em abril para 39,8% em maio. Com 122 pontos, o item atingiu em 2020 o menor nível para meses de maio na série histórica. Dos empresários 32% acreditam que o comércio vai piorar no curto prazo, contra 12,9% em abril e 6,1% em março.
O índice que avalia as intenções de investimento também registrou variações negativas: -15,1% (mensal) e -14,7% (anual). Com 88 pontos, o item chegou ao menor patamar desde julho de 2017. A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, aponta a queda na intenção de contratar como um dos principais pontos de atenção. "A disposição do empresário para empregar alcançou o pior resultado desde junho de 2016, com 89,8 pontos. Do total de comerciantes entrevistados, 56,8% afirmaram que têm intenção de reduzir o quadro de funcionários, contra 35,5%, em abril, e 30,2% em maio de 2019", disse a economista em nota.
Fonte: Uol