Setor de serviços do Brasil despenca 11,7% em abril e tem perdas recordes por pandemia

Leia em 2min 40s

O segundo trimestre começou com novas perdas recordes para o setor de serviços brasileiro em abril devido ao fechamento dos negócios para contenção do coronavírus, com forte impacto da queda em transportes e maior perda de receita em hotéis e restaurantes. O volume de serviços em abril caiu 11,7% na comparação com o ano anterior, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o recuo mais forte desde o início da série histórica em janeiro de 2011 e marcou a terceira taxa negativa seguida, período em que as perdas acumuladas foram de 18,7%.

 

Em março, quando as medidas de isolamento social ainda não tinham impactado o mês inteiro, as perdas foram de 7,0%, em dado revisado pelo IBGE após divulgar queda de 6,9%, número que já havia sido recorde na série histórica iniciada em janeiro de 2011. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o volume do setor teve recuo de 17,2%, segunda queda seguida.

 

Ambos os resultados foram piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters de contração de 10,5% no mês e de 15,8% no ano. Os impactos do fechamento das empresas e lojas e do isolamento social no Brasil foram sentidos ainda mais em abril em todos os setores econômicos já que o mês foi inteiramente afetado por essas medidas de contenção.

 

"É recorde sobre recorde por conta dos efeitos da pandemia. Março teve efeito em 10 dias e agora foram 30 dias de atividades econômicas sendo atingidas com menos serviços, comércio e pessoas nas cidades", destacou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Todas as atividades de serviços pesquisadas tiveram quedas recordes, com destaque para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, cujo volume despencou 17,8% e representou o maior impacto negativo no mês.

 

"O setor de transporte já havia caído em março e teve sua queda intensificada em abril. Além da perda das receitas no transporte aéreo de passageiros e no transporte rodoviário coletivo de passageiros, observaram-se quedas no transporte rodoviário de carga, operação de aeroportos, concessionárias de rodovias e metroferroviário de passageiros", explicou Lobo.

 

Serviços prestados às famílias tiveram queda de 44,1%, pressionados com força pelo recuo de 46,5% em alojamento e alimentação, acelerando as perdas de 33,7% em março. Já serviços profissionais, administrativos e complementares perderam 8,6% e a atividade de informação e comunicação teve recuo de 3,6%. Outros serviços apresentaram queda de 7,4%.


O volume das atividades turísticas, por sua vez, intensificou a queda a 54,5% em abril sobre o mês anterior, também a perda mais intensa da série histórica em meio às paralisações e medidas de isolamento para contenção do coronavírus.

 

A atividade de serviços sofreu contração de 1,6% no primeiro trimestre, o que teve forte influência na queda de 1,5% do PIB nos três primeiros meses do ano, já que exerce forte peso sobre a atividade. A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de contração de 6,51% do PIB este ano, indo a um crescimento de 3,50% em 2021.


Fonte: Reuters

 


Veja também

Senado autoriza prorrogação da redução de jornada e salário até o fim do ano

O Senado deu aval para o governo prorrogar a suspensão de contratos de trabalho e a redução de jorn...

Veja mais
Sebrae atua para preservação dos pequenos negócios em cadeias produtivas

As micro e pequenas empresas que fazem parte da cadeia produtiva de grandes setores da economia terão acesso a cr...

Veja mais
Em meio à pandemia, Copom deve baixar juro básico para 2,25% ao ano, prevê mercado

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reunirá nesta quarta-feira (17) e ...

Veja mais
Inflação oficial impactou mais os pobres neste início de ano, diz Ipea

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), causou...

Veja mais
Governo deve prorrogar suspensão de contrato e corte salarial para até 4 meses

O governo deve prorrogar por quatro meses, no máximo, os efeitos da medida provisória (MP) 936, que autori...

Veja mais
PIB de Minas Gerais caiu 2% no primeiro trimestre

A queda do Produto Interno Bruto (PIB) em Minas Gerais, no primeiro trimestre deste ano, pôde ser vista em todas a...

Veja mais
Vendas do comércio desabam 16,8% em abril, pior resultado da série histórica do IBGE

As vendas do comércio varejista registraram tombo recorde de 16,8% em abril, na comparação com mar&...

Veja mais
Guedes diz que até novembro Brasil terá ano bom pela frente

O ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia que entre setembro e novembro o Brasil terá um "ano novo muito bom p...

Veja mais
Previsão da Selic para fim de 2020 permanece em 2,25% ao ano, mostra Focus do BC

À espera da próxima decisão de política monetária do Banco Central, na próxima...

Veja mais