Em meio à pandemia, Copom deve baixar juro básico para 2,25% ao ano, prevê mercado

Leia em 2min 10s

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reunirá nesta quarta-feira (17) e deve reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira de 3% para 2,25% ao ano, segundo a previsão da maior parte dos economistas do mercado financeiro.

 

Se confirmado, o percentual será o menor da taxa Selic desde 1999, quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação. A decisão do BC será anunciada por volta das 18h.

A decisão do Copom será tomada em um momento de forte redução do nível de atividade da economia mundial em razão da pandemia do novo coronavírus, o que tem impactado os índices de inflação.

 

O governo brasileiro já admite um tombo de 4,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, enquanto os economistas do mercado financeiro estimam um recuo de 6,5% em 2020.

Com a forte queda da atividade econômica, os preços têm caído. Em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,38%. Foi o segundo mês consecutivo de queda nos preços e o menor índice desde agosto de 1998.

 

O mercado financeiro prevê que o IPCA ficará em 1,60% neste ano, isto é, abaixo do piso de 2,5% previsto pelo sistema de metas. Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.

 

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

 

Aplicações renderão menos


A eventual redução da Selic também afetará aplicações financeiras como a caderneta de poupança e os investimentos em renda fixa. 
No caso da poupança, a regra atual de remuneração prevê que os rendimentos estão atrelados aos juros básicos sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano.

 

Nesse cenário, a correção anual das cadernetas fica limitada a um percentual equivalente a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo Banco Central. A norma vale apenas para depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012.

Se o juro básico da economia recuar para 2,25% ao ano, a correção da poupança seria de 70% desse valor - o equivalente a 1,575% ao ano, mais a Taxa Referencial.

 

 


Fonte: G1

 


Veja também

Senado autoriza prorrogação da redução de jornada e salário até o fim do ano

O Senado deu aval para o governo prorrogar a suspensão de contratos de trabalho e a redução de jorn...

Veja mais
Sebrae atua para preservação dos pequenos negócios em cadeias produtivas

As micro e pequenas empresas que fazem parte da cadeia produtiva de grandes setores da economia terão acesso a cr...

Veja mais
Setor de serviços do Brasil despenca 11,7% em abril e tem perdas recordes por pandemia

O segundo trimestre começou com novas perdas recordes para o setor de serviços brasileiro em abril devido ...

Veja mais
Inflação oficial impactou mais os pobres neste início de ano, diz Ipea

A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), causou...

Veja mais
Governo deve prorrogar suspensão de contrato e corte salarial para até 4 meses

O governo deve prorrogar por quatro meses, no máximo, os efeitos da medida provisória (MP) 936, que autori...

Veja mais
PIB de Minas Gerais caiu 2% no primeiro trimestre

A queda do Produto Interno Bruto (PIB) em Minas Gerais, no primeiro trimestre deste ano, pôde ser vista em todas a...

Veja mais
Vendas do comércio desabam 16,8% em abril, pior resultado da série histórica do IBGE

As vendas do comércio varejista registraram tombo recorde de 16,8% em abril, na comparação com mar&...

Veja mais
Guedes diz que até novembro Brasil terá ano bom pela frente

O ministro da Economia, Paulo Guedes, avalia que entre setembro e novembro o Brasil terá um "ano novo muito bom p...

Veja mais
Previsão da Selic para fim de 2020 permanece em 2,25% ao ano, mostra Focus do BC

À espera da próxima decisão de política monetária do Banco Central, na próxima...

Veja mais