O bom desempenho das vendas no comércio varejista apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) certamente não está sendo impulsionado pelos trabalhadores da indústria. Como segmento mais afetado pela crise econômica mundial, a massa salarial real na indústria apresentou redução de 0,9% em maio em relação a abril, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Foi o quinto mês seguido de queda. Em relação a igual mês do ano passado, a retração é ainda mais expressiva: 4,7%. De acordo com a CNI, o que explica tamanho tombo na massa salarial dos trabalhadores da indústria é a redução do emprego pelo sétimo mês consecutivo até maio, desconsiderando os efeitos sazonais.
Entre janeiro e maio de 2009, o emprego na indústria recuou 3,8% e, em relação a maio de 2008, a diminuição foi de 4,1%. A CNI constata que o emprego caiu em 17 dos 19 setores industriais pesquisados em maio. Apenas os segmentos de alimentos e bebidas e de minerais não-metálicos não reduziram o emprego. Em contrapartida, o faturamento real em maio cresceu 4% em relação a igual mês de 2008. Desconsiderando os efeitos sazonais, a receita aumentou 1,1% em maio no confronto com abril.
Segundo o economista Jorge Braga, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), a Sondagem Industrial também percebe ligeira recuperação da indústria. No último mês de 2008, 15,5% das empresas admitiam contratar, enquanto 32,5% falavam em demitir. Em junho, 35,7% já manifestavam interesse em contratar enquanto que 11,5% ainda pretendiam demitir. "A indústria vem se recuperando gradualmente, em ritmo fraco. Mas o ambiente já é melhor do que em dezembro", conclui.
INADIMPLÊNCIA. Mais pessoas quitaram débitos pendentes em junho deste ano e a inadimplência apresentou queda de 22,67% na comparação entre esse mês e maio. Os dados são da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço Nacional de Proteção ao Crédito (SPC). O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro, associou a melhora do indicador não somente a uma recuperação econômica, mas a uma austeridade maior na concessão de crédito. A inadimplência no comércio do Distrito Federal em junho ficou em 5,2% (estabilidade), segundo levantamento do banco de dados da Câmara de Dirigentes Lojistas, que administra o Serviço de Proteção ao Crédito.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ