As micro e pequenas empresas paulistas tiveram em maio a menor queda de faturamento real desde outubro, mês em que a crise financeira mundial se agravou a partir da quebra do banco Lehman Brothers, no dia 15 de setembro. De acordo com a pesquisa Indicadores Sebrae-SP, realizada em colaboração com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o recuo no setor em maio foi de 7,1% em relação a igual mês do ano passado, resultado bem abaixo da queda de 9% verificada em abril ante igual mês de 2008.
Esta é a oitava queda consecutiva no faturamento real dos micro e pequenos negócios. O levantamento Indicadores Sebrae-SP monitorou o desempenho de 2,7 mil empresas em todo o Estado de São Paulo. O segmento mais afetado no período foi o industrial, que registrou baixa de 17,6% ante maio do ano passado. A expressiva queda foi seguida pelos segmentos de serviços (-7,8%) e de comércio (-2,6%).
Na análise do diretor superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, a queda no setor industrial foi puxada pelos segmentos de bens de consumo duráveis (máquinas e aparelhos elétricos) e bens de capital (máquinas e equipamentos). "As atividades mais dependentes de financiamento, que costumam vender produtos de maior valor unitário e que dependem consequentemente de crédito, foram as mais afetadas pela crise. Isso explica, por exemplo, porque a indústria teve o pior desempenho relativo entre os três setores", ressalta Ricardo Tortorella, superintendente do Sebrae em São Paulo.
Já em serviços a baixa foi liderada por atividades prestadas para empresas, como por contadores, advogados, arquitetos e empresas de publicidade, limpeza e vigilância.
"São atividades que têm entre seus clientes grandes empresas, como as indústrias de grande porte", explica o superintendente do Sebrae/SP.
Na comparação mês a mês, o comércio foi o único setor a registrar crescimento na receita real: 5,3% em maio em relação a abril deste ano por causa da influência das vendas do Dia das Mães. Por regiões, as empresas do Grande ABC sofreram maior queda de faturamento na comparação de 12 meses, com -11,2%, seguida pela Região Metropolitana (-9%) e pelo município de São Paulo (-8,7%), enquanto nas MPE do Interior a retração foi de 4,7%.
Em termos absolutos, as MPE registraram em maio receita total de R$ 20,5 milhões, quando o faturamento médio por empresa foi de R$ 15.441,34. Expectativas
EXPECTATIVA. Dos 2,7 mil empreendedores entrevistados pelo Sebrae-SP em junho, 46% declararam acreditar em melhora no faturamento nos próximos seis meses, mesmo índice registrado em maio deste ano. Quanto à economia brasileira, a proporção de empresários que acreditam em melhora no nível da atividade econômica nos próximos seis meses se alterou de 45%, em maio, para 43%, em junho. A parcela dos que acreditam em manutenção de atividade da economia variou de 47%, em maio, para 49%, em junho. (Com agências).
Veículo: Jornal do Commercio - RJ