Oretorno gradual do crédito começou a dar mais segurança às empresas brasileiras, mostrou o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas, divulgado ontem. De acordo com o indicador, houve declínio de 12,7% na inadimplência das pessoas jurídicas em agosto, em relação a julho. A normalização da liquidez das companhias, a redução da inadimplência do consumidor e o fator calendário (agosto teve dois dias úteis a menos que julho) contribuíram para a queda. O mercado interno avança, segundo os analistas da Serasa Experian, para se tornar novamente o "sustentáculo da economia", sendo que o crédito é decisivo para o processo. No entanto, as companhias que atuam somente no setor de exportação enfrentam dificuldades para vender seus produtos. Com o real apreciado, elas ainda sofrem com a perda de competitividade.
Na comparação entre agosto deste ano e o mesmo mês do ano passado, a inadimplência das empresas aumentou 19,8%. Mesmo assim, essa foi a menor ampliação desde maio ante igual mês de 2008. O resultado também é explicado pela melhora da situação da economia, segundo a Serasa Experian.
Para os próximos meses, a perspectiva da Serasa Experian é que a inadimplência das empresas continue caindo, pela reação econômica e também porque nas próximas comparações com 2008 já será possível notar os primeiros efeitos da chegada da crise ao Brasil, em setembro do ano passado. O ano de 2009, por sua vez, deve fechar com crescimento na inadimplência dos negócios, de dois dígitos sobre a do ano passado, prevê a instituição.
No acumulado de janeiro a agosto deste ano, a inadimplência das pessoas jurídicas subiu 28,6% em relação a igual período de 2008. Porém, esta foi a menor porcentagem desde o acumulado de janeiro a junho em relação a igual período de 2008. Para os especialistas da Serasa Experian, o indicador de inadimplência das empresas segue a retomada da economia, embora apresente um movimento mais vagaroso.
Dívidas. Na análise da Serasa Experian, as empresas estavam repletas de dívidas no início da crise econômica no País. A redução do crédito disponível e a retração da atividade econômica criaram uma condição precária para os movimentos de caixa dos negócios. Os técnicos, no entanto, esperam que a inadimplência das empresas continue a cair nos próximos meses por causa da reação da economia.
De janeiro a agosto, o ranking de representatividade da inadimplência foi liderado pelos títulos protestados, com 41,6% de participação no indicador. Em seguida, aparecem os cheques sem fundos, com 38,9%. Fecham a lista as dívidas com bancos, com 19,4%. No acumulado do ano, o valor médio das dívidas com os bancos foi de R$ 4.567,57. No caso dos títulos protestados, o valor médio foi de R$ 1.794,56. Por fim, aparecem os cheques devolvidos, com valor médio de R$ 1.528,69.
No caso das dívidas com bancos, a empresa é considerada inadimplente se não regularizar a situação em até dez dias após o recebimento de uma carta enviada pela Serasa Experian. O comunicado é remetido aos inadimplentes após a empresa receber as informações de seus clientes. Dessa forma, o critério de tempo para se considerar a inadimplência é determinado pelo credor.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ