Previsão para IPCA sobe ao nível esperado pelo governo

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Depois de o Relatório Trimestral de Inflação elevar suas previsões para a inflação em 2009 e 2010, mostrando preocupações sobre o impacto da retomada da economia nos preços e com os gastos públicos, os analistas do mercado financeiro também o fizeram. Na sexta-feira, o governo informou no relatório que elevou sua previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2009 de 4% para 4,1% e, em 2010, de 3,9% para 4,4%.

 

Ontem, a pesquisa Focus, do Banco Central, que captou as expectativas do mercado na semana passada sobre os principais indicadores da economia, informou que a mediana das estimativas para o comportamento do IPCA no próximo ano subiu de 4,3% para os mesmos 4,4% previstos pelo Relatório de Inflação. Um mês atrás, essa previsão era de 4,3%.

 

Em trajetória inversa, a previsão para o IPCA em 2009 foi reduzida ligeiramente, de 4,31% para 4,3%. Apesar dessa leve diminuição, a expectativa atual é superior à observada há quatro semanas, quando o número estava em 4,29%. Nos dois cenários esperados pelo mercado financeiro, vale lembrar, a expectativa para o IPCA está abaixo do centro da meta, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 4,5%.

 

No grupo de analistas que mais acertam as projeções coletadas pelo BC, o chamado Top 5, a projeção para o IPCA em 2010 no cenário de médio prazo subiu de 4,23% para 4,3%, número inferior ao registrado quatro pesquisas antes, quando estava em 4,5%. Para 2009, esse grupo de analistas reduziu a estimativa para o índice, de 4,3% para 4,27%. Um mês atrás, os analistas esperavam elevação de 4,23%. Entre todas as instituições financeiras consultadas pelo BC, a mediana das projeções para o IPCA em setembro de 2009 seguiu em 0,25%, ante os 0,23% de quatro semanas atrás. Para outubro, a estimativa para o índice manteve-se em 0,3% pela 17ª semana seguida.

 

PIB. O mercado financeiro melhorou expressivamente a previsão de crescimento da economia em 2010. De acordo com a pesquisa Focus, a mediana das previsões para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano subiu de 4,2% para 4,5%. A nova estimativa é meio ponto percentual superior à observada há um mês, quando estava em 4%.

 

Para 2009, após três semanas seguidas de melhora das previsões, a estimativa foi mantida e o mercado prevê estabilidade do PIB. Sobre a produção industrial, analistas mantiveram a expectativa de que o setor deve retomar o crescimento no próximo ano, quando deve crescer de 6%. Quatro pesquisas antes, essa estimativa era de expansão de 5,1%. Para 2009, a mediana das expectativas para o setor passou de -7,25% para -7,24%. Apesar dessa ligeira melhora, a estimativa atual ainda é pior do que a observada um mês atrás, quando o mercado previa que a produção industrial cairia 6,93%.

 

Na mesma pesquisa, o mercado piorou a previsão para o comportamento do indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB. Para 2010, a estimativa subiu de 41% para 41,2%, acima do observado quatro pesquisas antes, quando a expectativa era de 41% Para 2009, analistas pioraram a estimativa pela sétima semana consecutiva. A mediana das previsões subiu de 43,1% para 43,25%, ante 42,43% de um mês atrás.

 

A previsão de déficit em conta corrente em 2010 também foi elevada pelo mercado. De acordo com a pesquisa, a estimativa de saldo negativo no próximo ano aumentou de US$ 22,8 bilhões para US$ 23,6 bilhões. Há quatro semanas, o mercado esperava déficit de US$ 22 bilhões. Para 2009, a previsão de déficit não foi alterada e seguiu em US$ 15 bilhões.

 

A previsão de superávit comercial em 2010 manteve-se em US$ 18 bilhões pela sétima semana consecutiva. A estimativa de saldo comercial em 2009 subiu de US$ 25 bilhões para US$ 25,3 bilhões, ante US$ 24 bilhões de um mês atrás. Já a mediana das expectativas para a entrada de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2010 seguiu em US$ 30 bilhões pela sexta semana consecutiva. Para 2009, a estimativa permaneceu em US$ 25 bilhões pela 13ª pesquisa seguida.

 

Câmbio. O mercado financeiro não alterou a previsão para o patamar do dólar no fim de 2009 e 2010. Na pesquisa, a mediana das previsões para o nível da moeda norte-americana no fim deste ano seguiu em R$ 1,80. Há quatro semanas, essa previsão era de R$ 1,85. Para o fim de 2010, a estimativa manteve-se em R$ 1,80, abaixo da previsão feita há um mês, quando também estava em R$ 1,85.

 

A mediana das previsões para o câmbio médio no decorrer de 2009 manteve-se em R$ 2,01 pela sexta pesquisa consecutiva. Para 2010, a projeção de dólar médio teve redução de R$ 1,85 para R$ 1,82, ante R$ 1,85 de quatro semanas atrás.

 

Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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