Por César Tozetto - presidente da Associação Paranaense de Supermercados (APRAS)
Passados os primeiros dias desde o anúncio da redução de impostos de produtos da cesta básica, o momento é de entendermos a composição dos preços que encontramos nas prateleiras dos supermercados, e também de reiterar nosso total apoio às medidas tomadas pela presidente Dilma Rousseff. A medida é benéfica tanto para o empresariado - que sempre reivindicou alívio na carga tributária - quanto para a população em geral - que pode, assim, melhorar seu poder de compra.
No entanto, já nos primeiros dias após o anúncio percebemos também a fiscalização atenta e sadia da Imprensa a relatar que, em alguns casos, a redução dos preços não foi tanto quanto se esperava. Alguns setores também se manifestaram, lembrando que benefícios anteriores de isenções pontuais impossibilitavam o repasse total das reduções para os preços finais. Foi o caso do café, das carnes e dos produtos das cooperativas. Alguns fornecedores estavam em vias de reajustar os preços e, por isso, não repassaram os descontos. Is so tudo provocou a impressão de que os preços não estavam baixando tanto quanto a sociedade clamava.
A grande lição que podemos tirar nessas primeiras semanas é de que a formação do preço envolve cálculos complexos, pois há que se considerar, além do PIS e Cofins, a incidência gradual e por vezes cumulativa de outros impostos federais, estaduais e municipais, além da margem das partes. Mas queremos reiterar que estamos, como entidade, defendendo o repasse da desoneração para os preços finais dos impostos incidentes no varejo, e também de todos os descontos repassados pelos fornecedores em razão da desoneração. É um círculo virtuoso que, acreditamos, irá beneficiar toda a sociedade brasileira.
No Paraná a adesão e o apoio às medidas de redução de preços são irrestritos. Grandes redes e pequenos lojistas têm repassado os novos preços a seus produtos, sem buscar compensações de perdas anteriores. Nossa estimativa é de que, não fosse a desoneração, os alimentos teriam altas de até 10% nos próximos meses. A inflação batia às portas do país, ameaçando todas as conquistas que juntos tivemos nos últimos anos.
Os supermercados paranaenses Condor e Muffato, que estão entre os dez maiores do país, foram ágeis em reduzir seus preços. O Condor anunciou que mais de mil produtos tiveram redução nos preços entre 6% a 14,25%. O Muffato afirma ter alcançado a redução de 11,10% em alguns produtos. Outras lojas, como Tozetto, Kuzma, Viscardi, Superpão e tantas outras também têm repassado os preços com a isenção dos impostos assim que recebem os produtos desonerados de seus fornecedores. Como o giro de mercadorias, em geral, é muito rápido, os novos preços - mais baixos - já estão nas prateleiras.
O momento é de darmos as mãos em busca dos melhores preços, do combate à inflação e da conquista definitiva da confiança dos consumidores, que sempre tiveram nos supermercados seus parceiros de todas as horas. É por isso que, em nome da APRAS - Associação Paranaense de Supermercados - conclamamos a classe supermercadista para que, mais uma vez, se una em torno deste objetivo maior, que é a ideia nobre de melhorar as condições de compra do povo brasileiro.