A ocorrência da Páscoa em um período de clima mais frio, favorável ao consumo de chocolate, será decisiva para os resultados do setor supermercadista gaúcho na Páscoa de 2014. Segundo estudo encomendado pela Associação Gaúcha de Supermercados ao Instituto Segmento Pesquisas para saber as projeções de consumidores e de supermercadistas gaúchos para a festividade, o crescimento real das vendas do setor, nesta Páscoa, será de 2% em relação ao ano passado. Divulgada nesta quinta-feira (13) pelo presidente da AGAS Antônio Cesa Longo, a pesquisa foi realizada entre os dias 14 e 26 de fevereiro de 2014, e ouviu 200 gaúchos de ambos os sexos, com idades entre 18 e 65 anos, de todas as faixas de renda. Pelo lado dos supermercadistas, foram entrevistados 20 diretores de empresas do setor em todo o Estado.
Até o próximo domingo (16), mais de três mil lojas de supermercados já terão iniciado a exposição das tradicionais parreiras de chocolate montadas no período que antecede a Páscoa. Segundo Longo, além das temperaturas mais amenas, a ocorrência da Páscoa na terceira semana de abril é favorável ao comércio por se distanciar do começo do ano, quando o orçamento das famílias está mais comprometido com o pagamento de impostos e volta às aulas. "A indústria está apostando em lançamentos e em ovos menores, com foco na classe C. Outro nicho em destaque é o de ovos premium, adquiridos majoritariamente para presentear, que já representam cerca de 15% do total das vendas de Páscoa", destaca o dirigente da AGAS. Ao todo, os supermercados do RS vão comercializar 9 milhões de ovos de chocolate, que vão alavancar um faturamento de R$ 96 milhões para o setor - 10,9% deles produzidos pela indústria gaúcha.
A preferência pelos supermercados - Segundo os dados do Instituto Segmento Pesquisas, 89,7% dos gaúchos elegem os supermercados como local principal ou alternativo de compras para a Páscoa. A variedade de opções de produtos foi apontada por 55% dos entrevistados como um dos motivos da escolha dos supermercados em relação a outras lojas, seguida pelo preço mais baixo (47,5%) e pela comodidade de efetuar todas as compras em um mesmo lugar (42%), que até o ano passado era o principal diferencial do setor apontado pelos consumidores.
Aumenta o gasto médio por família - Segundo o Instituto Segmento Pesquisas, os gaúchos vão gastar, em média, R$ 180,20 nas compras de produtos para a Páscoa em supermercados, valor quase R$ 20 mais alto que em 2013. Quanto às formas de pagamento, 55,9% das compras de Páscoa deverão ser realizadas por meios eletrônicos: dinheiro 26,1%, cartão débito 27,1%, cartão de crédito 29,5%, cartão próprio do supermercado 9,3% e cheque 8%.
Preços - Em média, os itens para a Páscoa estarão 8,9% mais caros que em 2013 (índice não deflacionado). Os ovos de Páscoa em geral (+12,4%), a carne para churrasco (+8,8%) e as caixas de bombom (+7,6%) são os principais responsáveis pela alta. Por outro lado, o bacalhau (+1,3%), as azeitonas (+2,1%) e a colomba pascal (+2,5%)foram os produtos que menos variaram de preço.
Compras de última hora preocupam - Um dos dados que mais chamam a atenção na pesquisa revela que 93,5% dos gaúchos pretendem deixar as compras de Páscoa para a última hora. Segundo o Instituto Segmento, 61% dos consumidores pretendem comprar na última semana que antecede a festa, sendo que 32,5% devem comprar no dia ou na véspera. "Aconselhamos a antecipação da compra para evitar transtornos e filas, e garantir a aquisição do produto desejado. Quem deixar para a última hora pode não encontrar o ovo de Páscoa preferido", alerta Longo.
Gaúcho vai consumir 12% da produção nacional - O Brasil é o terceiro maior mercado consumidor do mundo em chocolates, atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha. Tradicionalmente apontados como os maiores consumidores per capita de chocolates do País, os gaúchos vão absorver 12% dos ovos de chocolate produzidos em todo o Brasil.
Crianças decidem seus presentes - As crianças seguem com grande influência na decisão da compra de produtos de Páscoa - para 55,5% dos entrevistados, elas influenciam muito na decisão. Segundo o presidente da Agas, 80% dos ovos infantis trazem brinquedos ou personagens licenciados. "Outro item a ser explorado pela indústria é a Copa do Mundo", afirma Longo.
A representatividade da Páscoa nas vendas - Considerada a segunda melhor data de vendas para o setor supermercadista gaúcho - atrás apenas das festas de fim de ano -, a Páscoa gera otimismo entre os empresários do segmento. Neste período, o peso das vendas destes produtos no faturamento total dos supermercados será de 13,2% em março e de 16,2% em abril.
Bombom, o presente de última hora - Esta será a melhor Páscoa da história, para o setor supermercadista gaúcho, em vendas de bombons. A estimativa da Agas é de que pelo menos 6 milhões de caixas sejam comercializadas para a data, agregando ao faturamento do setor mais R$ 26,4 milhões. "Este é o tradicional presente de última hora", lembra Longo. Pela primeira vez em oito anos de pesquisas do Instituto Segmento, a caixa de bombom igualou-se aos ovos de chocolate como o produto apontado como indispensável pelos consumidores gaúchos para a Páscoa.
Pescados em evidência - Cerca de 520 toneladas de diversos tipos de pescado serão vendidas pelo setor para as comemorações da Sexta-Feira Santa, volume físico 4% superior ao do ano passado. "Devido às dificuldades de fornecimento de peixe fresco, 95% dos pescados vendidos serão congelados", destaca o supermercadista. O bacalhau, com preços semelhantes aos do ano passado, deverá ser um dos destaques.
20% buscam produtos artesanais - Dois em cada 10 entrevistados pelo Instituto Segmento irão comprar produtos de Páscoa não industrializados. Os ovos de chocolate (26,3%), as trufas (21,1%), as colombas pascais (13,2%) e os bolos de frutas (13,2%) serão os itens mais procurados entre os produtos artesanais.
O crescimento do light - Outro segmento que vai se destacar é o de chocolates ‘light'. Segundo os dados da pesquisa, 15,1% dos consumidores vão comprar algum chocolate diet ou light, e 75% dos supermercados terão este produto à venda em suas gôndolas. Quanto mais alta a renda, maior o consumo destes itens: entre aqueles que têm renda superior a 10 salários mínimos, chega a 21,1% o número de gaúchos que vão comprar chocolates light ou diet.
Vinho nacional em evidência - Conforme os dados do Instituto Segmento, os supermercados ouvidos projetam um crescimento de 7,2% nas vendas de vinhos nacionais, contra um acréscimo de 5,5% na comercialização dos vinhos importados. "É a consolidação da qualidade do vinho da Serra, que tem um valor bem mais em conta com qualidade similar à dos importados", aposta o presidente da AGAS.
Empregos temporários - De acordo com os números do Instituto Segmento, 10% dos supermercadistas pretendem contratar funcionários temporários para a Páscoa. No total, a Páscoa irá gerar cerca de 1,6 mil empregos temporários no Estado, efetivando pelo menos 20% dos profissionais ao final da festividade. 90% destas vagas são criadas pela indústria, em cargos como operador de logística, montador, promotor de vendas e estoquista.
Fonte: Assessoria de Comunicação da AGAS