Levantamento feito nesta quarta-feira pela Associação Catarinense de Supermercados (ACATS) aponta que as dificuldades de logística para entrega de produtos aos supermercados ainda não interferem no abastecimento geral da maioria das cidades catarinenses, com exceção das regiões do Grande Oeste a mais atingida pelos bloqueios. Os estoques das lojas garantem o suprimento de produtos nestes últimos dias e esse panorama deve permanecer até o final de semana. Dai para frente poderão começar problemas mais sérios de desabastecimento.
O Presidente da ACATS, Atanázio dos Santos Netto, explica que a maioria das empresas trabalha com um fluxo prévio de suprimento de mercadorias, sempre procurando garantir estoques e que não ocorra a situação de ruptura nas gôndolas, a falta de produtos. "Só que esta engrenagem depende de um fluxo constante e quanto ele é interrompido, como agora, gera incerteza para os dias seguintes".
O dirigente vem apelando para que autoridades busquem um entendimento com a categoria dos caminhoneiros a fim de que o setor produtivo possa retomar a normalidade de suas atividades, sob pena de graves prejuízos e consequências. "Os efeitos de um problema desta envergadura serão gerados em efeito cascata para todos os setores da economia a curto prazo. Esperamos que as autoridades diretamente ligadas aos setores envolvidos no conflito assumam uma postura proativa de negociação a fim de que se possa chegar a um consenso e encerrar com os protestos", reiterou o dirigente.
O levantamento regional da ACATS apurou o seguinte quadro:
Grande Florianópolis e Litoral Norte
Existe interrupção no fornecimento de leite, queijo, frios e laticínios, pois a grande maioria dos fornecedores é da região Oeste. Proteínas animais de suínos e de aves também estão com o fornecimento prejudicado. Abastecimento de carne bovina que vem do Centro-Oeste também é prejudicado pelos bloqueios fora de SC. Existe também problemas no fornecimento de fruta, Legumes e verduras.
Planalto Serrano
A maioria das lojas que tem bons estoques não tem problemas neste momento. A questão é que o abastecimento da maioria das categorias chega sempre com uma semana a dez dias de antecedência, e isso não está acontecendo. A falta algumas categorias de produtos pode começar a acontecer nos próximos dias.
Meio Oeste
Cargas vivas (aves e suínos) que passavam até então desde a manhã desta quarta-feira não passam mais. Caminhões carregados com leite in natura também estão parados, todos os acessos às cidades têm situações de bloqueios.
Vale do Itajaí
Existem problemas pontuais no leite principalmente e na carne com osso dos frigoríficos regionais. Por enquanto os estoques de produtos estão garantindo a demanda dos consumidores.
Oeste e Extremo Oeste
Estoques de hortifrúti estão zerados e com restrição de leite, existe apenas uma marca disponível. A maioria das lojas está com estoque reduzido e já existe limitação de compra por cliente. Carne bovina tem apenas cortes simples, óleo de soja e cortes como coxa e sobrecoxa de frango e produtos de alto giro também tem venda limitada por cliente.
Sul
Na região as mercadorias que normalmente vem de fornecedores do Rio Grande do Sul não estão sendo entregues. Toda a parte de hortifrúti de fornecedores da serra e da Grande Florianópolis chega sem problemas. A carne bovina que vem do Centro-Oeste também não está sendo entregue. Os supermercados bem estocados não estão tendo problemas até agora, mas se os bloqueios continuarem vai começar a faltar produtos a partir da próxima semana.
Norte e Planalto Norte
As duas regiões continuam trabalhando com certa normalidade. As entregas têm sido recebidas sem maiores percalços, mas existem dificuldades no segmento de perecíveis , sem contar a elevação de preços na Ceasa do Paraná, que abastece com hortifrútis.
Assessoria de Comunicação da ACATS