Dispostos a buscar um crescimento na comercialização de chocolates em meio ao cenário de instabilidade macroeconômica deste ano, os supermercados gaúchos vão apostar em ovos de chocolates menores, em barras, bombons e tabletes para alavancarem as vendas de Páscoa em 2015. A informação é da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), que durante o mês de fevereiro consultou associados em todo o Estado para saber as perspectivas do autosserviço para a Páscoa – tradicionalmente a segunda melhor data festiva em vendas para os supermercados, atrás apenas das festas de fim de ano. Segundo o presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, as empresas do segmento projetam um crescimento real médio de 2% na festividade, neste ano, na comparação com a Páscoa de 2014.
Conforme o supermercadista, os fatores para esta projeção moderada passam pelo endividamento das famílias, pela diminuição do poder de consumo dos gaúchos em função de aumentos em contas regulares, como energia e combustíveis, e pela ocorrência da Páscoa em um período mais cedo do que em 2014, quando, devido ao clima mais frio, os consumidores estavam mais propensos a comer chocolates. “O gaúcho está com a intenção de presentear mais pessoas, mas com certeza serão ovos de chocolate menores. Em anos anteriores, os consumidores procuravam ovos grandes para agraciarem as crianças, enquanto neste ano a tendência é que procurem ovos menores, mas com brinquedos maiores. É uma mudança nos hábitos de consumo”, alerta Longo, informando que esta tendência está diretamente ligada ao poder crescente que as crianças exercem na escolha dos seus presentes de Páscoa.
O que estará em evidência
O levantamento da AGAS mostra que dois em cada três supermercadistas projetam vendas de ovos de chocolate no mesmo patamar que em 2014, e que o crescimento maior deverá ser registrado na comercialização de barras (+18%), bombons (+12%) e pescados (+8%) na comparação com a Páscoa passada. “Com relação aos peixes, as vendas chegam a triplicar em relação aos demais meses do ano durante a Semana Santa”, projeta Longo.
Ao todo, os supermercados do RS vão comercializar 9 milhões de ovos de chocolate, que deverão alavancar um faturamento de R$ 104 milhões para o setor – 12% deles produzidos pela indústria gaúcha. Conforme a AGAS, 9 em cada 10 consumidores vão comprar seus chocolates para a Páscoa em lojas do setor. Os ovos “premium”, adquiridos majoritariamente para presentear, deverão registrar procura semelhante à do ano passado, representando cerca de 15% das vendas.
Preços
Em média, os itens para a Páscoa estarão 9% mais caros que em 2014. A carne para churrasco (+11,8%), os ovos de Páscoa em geral (+10,9%) e o bacalhau (+10,6%) são os principais responsáveis pela alta. Por outro lado, os refrigerantes (+5,3%), os peixes e geral (+4,1%) e a colomba pascal (+2,5%) foram os produtos que menos variaram de preço.
Confira a tabela completa:
Gaúchos vão consumir 12% da produção nacional
O Brasil é o terceiro maior mercado consumidor do mundo em chocolates, atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha. Tradicionalmente apontados como os maiores consumidores per capita de chocolates do País, os gaúchos vão absorver 12% dos ovos de chocolate produzidos em todo o Brasil.
Representatividade
O peso das vendas de produtos típicos de Páscoa no faturamento total dos supermercados gaúchos será de 14,2% em março e de 15,2% em abril.
Bombons em evidência
Esta será a melhor Páscoa da história, para o setor supermercadista gaúcho, em vendas de bombons. A estimativa da AGAS é de que pelo menos 6 milhões de caixas sejam comercializadas para a data, agregando ao faturamento do setor mais R$ 28,7 milhões. “Este é o tradicional presente de última hora”, lembra Longo.
Pescados
Cerca de 520 toneladas de diversos tipos de pescado serão vendidas pelo setor para as comemorações da Sexta-Feira Santa. “Devido às dificuldades de fornecimento de peixe fresco, 95% dos pescados vendidos serão congelados”, destaca o presidente.
Vinhos
Conforme os dados da AGAS, os supermercados ouvidos projetam um crescimento maior nas vendas de vinhos nacionais do que na comercialização de importados. “É a consolidação da qualidade do vinho da Serra, que tem um valor mais em conta com qualidade similar à dos importados”, aposta o supermercadista, lembrando que a alta do dólar deu competitividade ao vinho brasileiro.
Empregos temporários
De acordo com os números da Associação, 10% dos supermercadistas pretendem contratar funcionários temporários para a Páscoa. No total, entretanto, a Páscoa irá gerar cerca de 1,5 mil empregos temporários no RS, efetivando pelo menos 20% dos profissionais ao final da festividade. 90% destas vagas serão criadas pela indústria, em cargos como operador de logística, montador, promotor de vendas e estoquista.
Assessoria de Comunicação da AGAS