Supermercados gaúchos registraram queda real de 1,91% nas vendas em 2015

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Reconhecido pela sua velocidade de adaptação e estabilidade de vendas em momentos de crise, o setor supermercadista gaúcho sentiu, no ano passado, os efeitos da instabilidade econômica e registrou sua primeira queda real de vendas nos últimos dez anos. Este é um dos resultados apontados pelo Ranking Agas 2015, pesquisa realizada pela Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) com as 255 maiores empresas do setor no Rio Grande do Sul que mapeia o desempenho das companhias supermercadistas gaúchas ao longo de 2015. O estudo, divulgado nesta terça-feira (5) pelo presidente da entidade, Antônio Cesa Longo, mostra que o setor supermercadista do RS faturou R$ 26,2 bilhões em 2015, um crescimento nominal de 8,76% em relação ao resultado de 2014.

 

O índice, deflacionado pelo IPCA/IBGE do período, mostra uma queda real de 1,91% nas vendas do setor no ano passado – ocasionada sobretudo pela diminuição do poder de compra dos consumidores, crescimento do desemprego, maior endividamento dos gaúchos e aumento de preços. Elaborado desde 1991 pela Agas, o Ranking Agas também destaca dados de consumo, mudanças no perfil da mão de obra e quais foram as empresas do setor que mais cresceram no ano passado. No dia 13 de abril, as organizações de maior destaque na pesquisa serão homenageadas com o prêmio Ranking Agas 2015, em evento que congregará mais de 700 convidados, a partir das 20 horas, no Grêmio Náutico União, em Porto Alegre.

 

O setor em números

Com um faturamento total de R$ 20,8 bilhões, as 255 companhias supermercadistas avaliadas pelo Ranking Agas 2015 representam 79,25% do total faturado pelo setor. A pesquisa inclui empresas com faturamento anual entre R$ 210 mil e R$ 5,5 bilhões. A partir do levantamento, a Agas conclui que o setor supermercadista gaúcho finalizou 2015, portanto, com:

 

 

 

A partir do levantamento, a Agas estima que a participação do segmento supermercadista tenha aumentado para 8,6% do total do PIB Estadual. “A FEE ainda não divulgou o PIB oficial do período, mas estima-se que tenha havido uma queda de cerca de 2,5% no Produto Interno Bruto do Rio Grande em 2015”, lembra Longo. A representatividade dos supermercados gaúchos no cenário supermercadista nacional também aumentou, de 8,1% em 2014 para 8,2% em 2015. “No Brasil, os supermercados somaram um faturamento de R$ 315,8 bilhões, o que significa uma queda real de 4% nas vendas nacionais”, destaca o presidente da Agas. “A mão de obra empregada no setor também cresceu cerca de 1%, totalizando 94,5 mil colaboradores trabalhando em supermercados no RS”, conclui Longo.

 

A distribuição do faturamento – Juntas, as dez maiores companhias supermercadistas gaúchas somaram um faturamento de R$ 14 bilhões, representando 53,4% do total do setor – o que significa uma queda de quase um ponto percentual na concentração de mercado, já que em 2014 a participação das dez maiores era de 54,3%.

 

Com relação à empregabilidade, as 10 maiores perdem representatividade: a participação dos 10 primeiros do Ranking na contratação de mão de obra é de 45,6%, com 43,1 mil colaboradores. “É a prova de que que as empresas de médio e pequeno porte apostam nos diferenciais de atendimento para conquistar mercado”, sublinha o dirigente da Agas.

 

 

 


 Empresas médias crescem maisPelo sexto ano consecutivo, as empresas de porte médio foram as que mais cresceram no setor supermercadista gaúcho em 2015, superando as grandes e as pequenas. Segundo Longo, a capacidade de enxugar recursos e o apelo local destas empresas é decisivo para este crescimento. “As empresas médias normalmente são identificadas historicamente com a sua cidade ou comunidade. São pontos de venda em que o consumidor se sente em casa, e em que o supermercadista consegue fazer diagnósticos de desperdícios. Hoje, o supermercado de sucesso é aquele que consegue reduzir custos sem prejudicar seus serviços”, sugere o dirigente. O presidente da Agas destaca, entretanto, que há espaço para todos os formatos de loja. “O essencial é identificar o que o consumidor daquela região está buscando. O perfil do consumidor é quem dita o formato da loja”, defende.

 

Pequenas (até R$ 20 milhões por ano): +6,6%

Médias (de R$ 20 milhões a R$ 100 milhões por ano): +10.8%

Grandes (mais de R$ 100 milhões por ano): +8,6%

 

A volta do pagamento à vista – Outro apontamento importante do Ranking Agas 2015 é a retomada do crescimento dos pagamentos à vista em dinheiro. Mais endividados, os gaúchos evitaram as compras com cartão de crédito, que registraram sua primeira queda em participação em cinco anos. Segundo a pesquisa, 100% dos supermercados gaúchos aceitam cartões ou outros meios eletrônicos de pagamento, e 33,2% dispõem de cartão de crédito de bandeira própria. Os pagamentos em dinheiro cresceram pela primeira vez em cinco anos:

 

  

 

Hábitos de consumo – Os supermercadistas entrevistados pelo Ranking Agas 2015 apontaram as categorias de produtos que despontaram em vendas no ano passado e, ainda, os itens que registraram queda ou estagnação nas vendas.

 

   O vai e vém das vendas mostra mudanças no hábito de consumo dos gaúchos:

 

 

 

Tíquete médio - Com relação ao desembolso médio efetuado por compra, os gaúchos aumentaram o tíquete de R$ 40,49 em 2014 para R$ 44,02 em 2015, em média. O aumento, segundo Longo, acompanha a inflação no período. "Também percebemos um acréscimo no número de visitas às lojas, já que o consumidor está muito preocupado em economizar e em encontrar promoções. O gaúcho é o consumidor mais exigente do Brasil e está mais atento do que nunca aos preços", destaca.

 

Enxugamento nas gôndolas – Outro ponto do estudo que chamou a atenção foi o enxugamento no mix médio de produtos com que os supermercados gaúchos trabalham. Enquanto em 2014 as empresas apontaram uma média de 15088 produtos disponíveis aos consumidores por supermercado, em 2015 o Ranking Agas mostra que a média é de 12540 itens. O enxugamento, de acordo com o presidente da Agas, é resultado de um aprimoramento no gerenciamento de categorias pelos empresários do setor e reflexo das necessidades dos consumidores. “Hoje, devido à falta de tempo, o cliente não fica mais de 40 segundos em frente à gôndola procurando seu produto. O setor está ampliando as categorias de produtos, mas reduzindo o número de marcas por categoria para valorizar os fornecedores de sua confiança”, avalia o presidente da Associação.

 

Marca própria – Sensação no início dos anos 2000, os produtos de marca própria dos supermercados perderam espaço nos últimos dois anos no Rio Grande do Sul. Enquanto em 2014 16,9% dos supermercados gaúchos disponibilizavam itens de marca própria em suas lojas, em 2015 o número reduziu para 14,9%. “Nenhuma empresa estampará seu nome em um produto de baixa qualidade e, por isso, a marca própria só é produzida quando seu custo-benefício é interessante ao supermercadista e ao consumidor”, explica o presidente da Agas. Atualmente, os consumidores gaúchos podem encontrar 2,5 mil itens de marca própria nos supermercados no RS.

 

Investimentos – De acordo com o Ranking Agas 2015, 29,4% dos supermercados gaúchos pretendem fazer algum tipo de investimento em construção ou reforma de lojas em 2016. “O número é praticamente igual ao do ano passado. Isto mostra que mesmo em um cenário de instabilidade econômica, o varejista quer garantir a otimização dos seus pontos de venda, melhorar serviços e investir”, lembra Antônio Longo. Na soma de seus investimentos, os supermercados ouvidos pela pesquisa deverão aportar pelo menos R$ 72,3 milhões em novas lojas e R$ 79,5 milhões em reformas durante 2016.

 
O perfil dos colaboradores do setor

O Ranking Agas 2015 aprofundou-se no que se refere ao estudo dos 94 mil profissionais que atuam no setor supermercadista gaúcho. Além do gênero dos colaboradores, a pesquisa informa a escolaridade e a faixa etária média dos profissionais que atuam nos supermercados gaúchos:

 

Elas vieram para ficar – Pelo terceiro ano consecutivo, a mão de obra feminina superou a masculina no setor supermercadista gaúcho: os homens são 47,3% (ante 47,7% em 2014), e as mulheres são 52,6% (52,2% em 2014). “A participação das mulheres em cargos diretivos e de chefia de loja aumentou, e isto se reflete na diretoria da Agas, que agora conta com diversas representantes mulheres”, exemplifica Longo. O Supermercado Genial`s, de Porto Alegre, é o recordista em presença feminina, com 72% do quadro funcional composto por mulheres. Já na Coagrisol, cooperativa de Soledade, 72,5% dos colaboradores são homens.

 

Escolaridade – O Ranking Agas 2015 mostra um avanço da escolaridade dos colaboradores. Segundo a pesquisa, cresceram os números de funcionários com níveis médio e superior, enquanto caiu a taxa de profissionais com ensino fundamental. “Os supermercados respondem por cerca de 35% do primeiro emprego no País, e são uma grande porta de entrada para o mercado de trabalho. Além disso, capacitamos anualmente cerca de 7 mil gestores e operadores dos mais diversos setores de supermercados com os cursos da Agas”, lembra Longo.

 

  

 

A idade dos colaboradores – Com relação às faixas etárias predominantes no setor, em média 8,7% dos colaboradores empregados nos supermercados gaúchos têm até 18 anos; 68,4% têm de 18 a 40 anos; 18,7% têm entre 40 e 60 anos; e 1,6% dos profissionais têm mais de 60 anos. O supermercado que mais emprega jovens proporcionalmente é o Bortolon, de Vacaria, que tem 60% do quadro funcional formado por colaboradores com até 18 anos. Entre as empresas que mais apostam na terceira idade, três companhias se destacam: Danilo Tiziani (Supermercado Santa Rita), de Porto Alegre; Martovicz & Fávero (Super Querência), de Erechim; e Milanezi & Lopes Ltda., de Tramandaí – nas três, os idosos são 10% do total de funcionários.

 

Outros dados do setor

Abertura aos domingos e feriados - Segundo o Ranking Agas 2015, cada vez mais supermercados estão deixando de operar aos domingos. Atualmente, 31,1% das empresas do setor afirmam já ter adotado esta prática, enquanto no ano anterior 28,5% das empresas permaneciam fechadas aos domingos e feriados. Dois anos atrás, o número de portas fechadas aos domingos era de 20,1%. "A abertura é uma deliberação de cada empresa, que precisa fazer suas contas e avaliar se vale a pena abrir aos domingos ou não. Lamentamos que decisões que deveriam ser reguladas pelo bom senso e pelo mercado estejam sendo tomadas a partir de legislações em alguns municípios", destaca Longo.

 

Importados – Conforme os dados da pesquisa, a participação média dos produtos importados nos supermercados gaúchos caiu de 1,88% em 2014 para 1,45% em 2015. Segundo os dados do Ranking, mais da metade dos supermercados dispõem de itens oriundos de outros países, como azeitonas, azeites, salmão, bacalhau, brinquedos, vinhos e frutas secas.

 

Orgânicos – A pesquisa do Ranking Agas consultou os supermercadistas para saber a participação dos produtos orgânicos nas gôndolas gaúchas: estes produtos abrangem 1,08% do total de itens comercializados pelo setor.

 

Outros serviços – Segundo o Ranking, 77,4% dos supermercados gaúchos oferecem recargas de celular aos seus clientes na boca dos caixas. Com relação a serviços bancários e pagamentos de contas, 44,3% dos supermercados dispõem destas opções.

 

Estrutura – Com relação à estrutura física das empresas, 29% afirmam que operam com restaurantes ou lanchonetes nas lojas; 18,5% faturam com o aluguel de sublojas na entrada dos mercados; 70% têm frota própria de caminhões; e 51% possuem centro de distribuição próprio.

 

Centrais de negócios – Pela primeira vez, a Agas unificou ao Ranking Agas a pesquisa que avalia o desempenho das centrais de negócios gaúchas. Criadas no Rio Grande do Sul na década de 1980, as redes de compras são centrais que compreendem diversas empresas para que, juntas, efetuem compras e adquiram serviços com preços diferenciados junto aos fornecedores. “Atualmente, as centrais de negócios vão além disso, e as empresas associadas a estas redes compartilham centros de distribuição, frotas de caminhões e profissionais como nutricionistas, médicos veterinários e outros. É uma forma de enxugar custos e barganhar preços”, explica Longo.

 

Ao todo, a Agas avaliou 14 redes e seus desempenhos em 2015. Juntas, elas compreendem 673 lojas e 12.956 pessoas empregadas, com um faturamento total de R$ 3,6 bilhões. “Hoje, as lojas associadas às centrais representam 13,7% do faturamento do setor supermercadista gaúcho”, destaca o presidente da Agas.

 

 A festa de premiação do Ranking Agas 2015

Repetindo uma iniciativa de sucesso lançada há sete anos, a Agas premiará os supermercados gaúchos que mais mereceram destaque por seu crescimento ao longo do ano passado. Segundo o presidente Longo, a iniciativa volta a consagrar empresas de todos os tamanhos, distinguindo-as em onze categorias. "Tivemos a preocupação de avaliar cada empresa de acordo com suas possibilidades de mercado, reconhecendo o trabalho feito por pequenas, médias e grandes companhias do autosserviço gaúcho", explica Longo. Ao todo, 12 companhias supermercadistas serão contempladas por seu crescimento, além de outras 20 homenagens aos supermercados mais antigos do Estado, à rede de compras que mais cresceu, às empresas que abriram novas lojas em 2015 e ao maior empregador. "Teremos, ainda, a repetição das premiações às quatro agências de publicidade e propaganda que mais contribuíram para o crescimento do setor supermercadista gaúcho por meio de suas campanhas de comunicação nas áreas do varejo, indústria, entidades de classe e serviços, as quatro pontas que impactam diretamente nas vendas do segmento", completa o presidente da Agas.

 

 

A festa de coroação do prêmio Ranking Agas 2015 ocorrerá dia 13 de abril, a partir das 20 horas, no Grêmio Náutico União (Rua João Obino, 300), em Porto Alegre. Conheça os homenageados:

 

- Faturamento anual até R$ 3,6 milhões: Mercado Brasco | Porto Alegre

- Fat. anual de R$ 3,6 milhões a R$ 15 milhões: Mercado Paolazzi Ltda. | Gravataí

- Fat. anual de R$ 15 a R$ 25 milhões: Armazém Bom Preço | São José de Norte

- Fat. anual de R$ 25 a R$ 50 milhões: Mercado Pozzobon | Santa Maria

- Fat. anual de R$ 50 a R$ 75 milhões: Supermercado Santa Rita | Porto Alegre

- Fat. anual de R$ 75 a R$ 100 milhões: Super Kan | Porto Alegre

- Fat. anual de R$ 100 a R$ 150 milhões: Unisuper | Porto Alegre

- Fat. anual de R$ 150 a R$ 200 milhões: Supermercados Nicolini | Bagé

- Fat. anual de R$ 200 a R$ 300 milhões: Righi Supermercados | Sant`Ana do Livramento

- Fat. anual de R$ 300 a R$ 400 milhões: Comercial Zaffari Ltda. | Passo Fundo

- Fat. anual de R$ 400 a R$ 1 bilhão: Imec Supermercados | Lajeado

- Fat. anual superior a R$ 1 bilhão: Supper Rissul | Esteio

 

- Maior empregador: Walmart | Porto Alegre

- Rede de compras que mais cresceu: Rede Ammpa | Porto Alegre

- Prêmio especial por abertura de nova(s) loja(s):

Cia. Zaffari (Porto Alegre), Comercial Zaffari (Passo Fundo), Cotripal (Panambi), Unisuper (Porto Alegre), Center Shop (Porto Alegre), Cotrisal (Sarandi), Supermercados Formenton (Canoas), Super Lenz (Venâncio Aires), Rede Müller (Taquara), Mercado Brasco (Porto Alegre).

- Prêmio especial de longevidade empresarial (+ 80 anos):

Cia. Zaffari (Porto Alegre) e Supermercados Tischler (Cachoeira do Sul).

 

Prêmio especial de reconhecimento – Campanha publicitária do ano

- Anunciante da Revista Agas: Fröhlich (Ivoti)

- Categoria Indústria: Vitrine Comunicação – Case Best Beef

- Categoria Serviços: Kamila Perotti – Case DRT Logística

- Categoria Varejo: Case Dia do Amigo Supper Rissul

- Categoria Entidade: Agência Matriz – Fecomércio/RS

 

  

* A cerimônia de premiação ocorrerá no dia 13 de abril, a partir das 20 horas, no Grêmio Náutico União (Rua João Obino, 300 – Porto Alegre).

* A recepção à imprensa e a realização de entrevistas com agraciados e organizadores ocorrerão a partir das 19h30.

* A foto oficial dos premiados será capturada pontualmente às 20 horas.

 

 

 

Assessoria de Comunicação da AGAS


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