APAS: após 4 meses de queda, inflação nos supermercados sobe em outubro

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O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE, aumentou em outubro, com variação de 0,82%, fato que interrompeu a sequência de quatro quedas consecutivas no período de junho a setembro de 2017. Ainda assim, no acumulado dos últimos 12 meses, o indicador aponta redução de 2,09% (sendo de 1,77% neste ano), o que mantém uma trajetória estável em comparação a 2016.

 

“Os grandes vilões do mês de outubro foram os produtos In Natura, que subiram 7,92%, um aumento que não era observado desde janeiro de 2016 (quando subiu 9,55%). A evolução do mês passado é a nona maior já observada na série histórica que começou em 1994”, avaliou Rodrigo Mariano, economista da APAS.

 

Apesar da alta em outubro, até setembro, no acumulado do ano, os produtos In Natura registravam queda de 8,71%, e contribuíram de forma importante para o bom resultado do Índice de Preços dos Supermercados em 2017.

 

Ainda para Rodrigo, “quando são feitas análises dos produtos In Natura nos seus subgrupos, esta avaliação demonstra que o aumento foi generalizado nas frutas e legumes, porém, específico a um produto nos tubérculos”. No geral, as frutas subiram 6,79%, legumes 7,20% e tubérculos 17,01%, o que fez o índice mensal de inflação geral ter o segundo maior aumento do ano.

 


 

 

 

             

“Duas frutas de peso na mesa do consumidor tiveram aumentos significativos: o limão (42,92%) teve disparo no preço por conta da entressafra que ocorreu no mês de outubro. Já a laranja (cresceu 13,86%) está com a demanda em alta, porém, o período de seca reduziu a qualidade das lavouras, o que fez com que o preço subisse”, explicou Mariano.

 

Ao explicar a marcha dos preços dos legumes, o economista reforça que o tomate é o que mais chama atenção. “Fortes perdas em Goiás – que chegaram a 100% em alguns casos, causaram problemas na colheita e no transporte. Já a cenoura observou aumento no atacado, pois houve menor produtividade das lavouras e redução da área de temporada. Em relação aos tubérculos, a batata obteve 54,51% de aumento, devido às chuvas que prejudicaram a colheita além do final de safra”, concluiu.

 

Na avaliação desde a criação do Plano Real, em 1994, o IPS/APAS apresenta variação acumulada de 214,92%. Em outubro, as variações negativas estiveram presentes em 43,23% dos itens, de acordo com o índice de difusão (proporção das variações de preços negativas), ficando bem abaixo da média para os últimos 12 meses, que é de 49,66%.

 

“Os próximos dois meses terão ligeira aceleração de preços, naturais pelo aumento da demanda de produtos específicos como panificados (panetone), carnes suínas e bovinas. Ainda assim é plausível que, em 2017, a inflação mensurada pelo IPS termine estável ou com uma pequena elevação”, sinalizou Mariano.

 

Produtos industrializados

 

Apresentaram estabilidade, variando 0,18%. Os principais responsáveis foram os doces, com redução de 1,64%, e os derivados da carne, com aumento de 0,93%. Em 12 meses, os preços dos produtos industrializados estão praticamente estáveis. Já o acumulado de 2017 está em queda de 0,72%.

 

Produtos semielaborados (Carnes, Leite e Cereais)

 

Demonstram leve redução nos preços em outubro, na ordem de 0,17%, e são um dos grupos alimentícios que mantêm baixo o IPS do ano. Itens essenciais no prato do brasileiro, o arroz e o feijão seguem em redução no acumulado do ano, com queda, respectivamente, de 7,67% e 36,60%. O principal item que colabora para o resultado de deflação desta categoria são os cereais, que caíram 17,72% em 2017. Em segundo lugar vem o leite, com queda de 10,54%. Em 12 meses, os produtos semielaborados registram forte diminuição de 8,58% e, no acumulado de janeiro a outubro, a redução foi de 5,98%.

 

Bebidas alcoólicas

 

Apresentaram variação positiva de 1,39% em outubro, reflexo da elevação de 1,74% no preço da cerveja. Em 12 meses, a alta nos preços foi de 5,08%.

 

Bebidas não alcoólicas

 

Registraram elevação de 0,74% no mês, fruto das bebidas isotônicas, que tiveram alta de 2,76%, e da água mineral, que subiu 3,92%.  

 

Produtos de limpeza

 

Apresentaram evolução de 0,40% em outubro. No acumulado de janeiro a outubro, a queda é de 0,77%.

 

Artigos de higiene e beleza

 

Apontaram queda de 0,83%, devido ao sabonete (redução de 0,93%) e as fraldas descartáveis (retração de 3,42%). Em 12 meses, a deflação nos preços dos artigos de higiene e beleza é de 1,19%. No acumulado de janeiro a outubro, a variação é de 1%.

 

 

                 

 

 

 

Nota Metodológica

O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza.

Assim, o IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.

 

 

APAS – A Associação Paulista de Supermercados representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.415 associados, que somam mais de 3.160 lojas.

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da APAS


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