Inflação dos supermercados tem a maior alta mensal da história em junho

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O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista dos Supermercados (APAS) e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) subiu 3,55% em junho 2018 no comparativo com o mês anterior. Este número é o maior aumento da história para um mês, o recorde anterior foi em junho de 2008, quando registrou aumento de 2,97%. Com este resultado, o acumulado que apresentava deflação de 0,29%, em 2018, agora apresenta inflação de 3,25%.

 

“A APAS observou os preços no atacado durante os momentos mais graves da crise de abastecimento e percebeu uma variação significativa, principalmente, no preço por quilo do frango congelado, que do final de abril a meados de junho aumentou 69%. Este movimento de alta dos preços também ocorreu para boa parte dos hortifrutigranjeiros, outras proteínas, alguns industrializados, assim como dois itens mais querido dos brasileiros: arroz e feijão”, explicou Thiago Berka, economista da APAS.

 

Se em maio, das 27 subcategorias que compõem o IPS apenas oito apresentaram aumento, em junho foi o contrário com 25 categorias registrando aumento de preço.

 

Destaques de Junho

Leite e aves foram os grandes vilões do mês de junho. O primeiro manteve a rota de intensa alta subindo 19% no mês e alcançando 36% no acumulado de 2018. Já as aves subiram 21% e devolveram toda a queda de preço de 2018, uma vez que estava em 14% de deflação devido o embargo às exportações. Com isso chega a uma alta de 4% no ano.

 

“Quando juntamos aos aumentos do mês os ovos, que subiram 9%, carnes bovinas e suínas, que tiveram – cada uma – alta de mais de 7%, o arroz, elevação de 4% e o feijão, aumento de 3,4%, percebemos um cenário bastante complicado para o consumidor que fez compras em junho”, avaliou o economista da APAS.

 

Importante salientar as consequências para a população, principalmente para os mais pobres - que tem nos alimentos e bebidas a maior parte dos gastos do orçamento -, poderiam ter sido muito piores caso não estivéssemos vindo, desde o ano passado, com preços em forte deflação (mais de 3% de deflação nos últimos 12 meses, uma das maiores quedas já registradas na história).

 

“A APAS reafirma que a inflação dos supermercados deve encerrar 2018 com alta de até 4%. Para que isso aconteça, confiamos que a tabela de fretes não será aprovada e que a safra brasileira será a segunda melhor da história”, comentou Thiago Berka, que mostrou sinais de otimismo para inflação mais controlada em julho.

 

“Nas primeiras semanas do mês de julho os preços no atacado começaram a melhorar, principalmente o frango e o leite. Os dois vilões de junho devem apresentar diminuição no ritmo de aumento de preços o que fará que o IPS não apresente uma inflação tão forte novamente.”

 

Produtos In Natura (Hortifrutigranjeiros)

Voltaram a subir em junho, com 3,92% de aumento. A batata liderou com mais de 13% de alta. Porém, como o efeito de subida de preços foi praticamente observado em todas as categorias, desde frutas, legumes, verduras e até ovos, fica evidente que a correlação de elevação de preços e a greve.

 

“As dificuldades logísticas naturais dos hortifrutigranjeiros foram evidenciadas na greve de maio, entretanto, fica difícil apurar os efeitos do transporte bloqueado das rodovias com entressafras e quebras de safra”, explicou Berka.

 

Em relação à vilã de 2018, a cebola, continua como líder de aumento de preços devido as quebras fortes de safra e dólar alto. Porém, o cenário pode começar a mudar no segundo semestre já que em junho foi observada queda de 7% nos preços da cebola.

 

Bebidas

Os preços das bebidas alcoólicas foram uma das duas categorias que apresentaram deflação em junho, com redução de 1,63%. Quem ajudou a manter esse índice para baixo foi a cerveja, que no acumulado do ano já caiu 2,38%.


“Por ser um chamariz de vendas e a estrela em mês de copa do mundo e festas juninas, as bebidas alcoólicas são uma categoria com muitas promoções para atrair fluxo de pessoas. Isso explica um pouco a deflação neste segmento”, avaliou o economista da APAS.

 

Nas bebidas não alcoólicas houve aumento de 0,59%, mas, no acumulado do ano permanece em deflação de 0,47%. O refrigerante, outro produto que cresce bem em vendas em copa do mundo e festas juninas, está com pequeno aumento de 0,34% em 2018.

 

Limpeza, Higiene e Beleza

Os artigos de limpeza e subiram menos que os alimentos, com leve alta de 0,37%, em junho, chegando a 0,89% no acumulado de 2018. Nos artigos de higiene e beleza os preços tiveram alta de 0,60%, porém, se mantiveram em deflação no ano, com redução de 0,92%.

 

“Mesmo com dólar alto e um junho complicado esta categoria demonstra uma estabilidade de preços surpreendente, criando expectativas positiva para preços estáveis no segundo semestre”, finalizou Thiago Berka.

 

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da APAS

 

 


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