O faturamento real dos supermercados no estado de São Paulo (deflacionado pelo IPS/FIPE e calculado pela Associação Paulista de Supermercados), no conceito de todas as lojas – que considera todas as unidades criadas no período pesquisado –, apresentou alta de 3,57% no mês de agosto em relação ao mesmo período do ano passado. Este resultado fez o acumulado de 2018 chegar a 4,51% de crescimento em relação a 2017.
Já no conceito de mesmas lojas – que considera as unidades em operação no tempo mínimo de 12 meses –, o resultado de agosto foi 1,66% superior ao mesmo período de 2017, o que fez o acumulado do ano chegar a um crescimento de 2,8%.
Apesar do crescimento em relação a 2017 no mês de agosto, o acumulado de 2018 – quando se leva em conta o deflacionador utilizado – continua em queda desde maio e atingiu o seu segundo patamar mais baixo no ano e o terceiro nos últimos 12 meses. Isso demonstra que as vendas ainda não subiram o suficiente a partir do 2º trimestre.
“Dada a conjuntura econômica atual, os resultados dos supermercados paulistas podem ser considerados bons, já que o crescimento é acima do PIB e no acumulado ainda continua positivo”, explicou o economista da APAS, Thiago Berka.
Além disso, para o economista da APAS, vale ressaltar as adversidades que o setor vem sofrendo nos últimos meses, como a paralisação dos caminhoneiros, a alta do dólar, a lenta retomada da economia e da geração de empregos. Mesmo assim, o ramo supermercadista continua mostrando resultados positivos.
“O emprego e a renda são as variáveis mais importantes para o setor. Sem esses dois fatores, o consumidor corta gastos com supérfluos como frequência em bares, restaurantes e padarias, e direciona mais aos supermercados, seja porque possuem preços mais em conta, seja porque foca ali nos itens básicos, que não se podem cortar em partes ou totalmente. Por conta disso, a pequena evolução na economia em 2018 ajuda no desempenho melhor do setor”, avaliou Berka.
O faturamento por metro quadrado nas lojas chegou a R$ 2.415 em agosto, um valor 3,24% maior que o mesmo mês do ano passado, o que demonstra eficiência maior que a inflação dos supermercados em 12 meses. No acumulado de 2018, a eficiência foi 1,08% maior que 2017.
Desempenho por Região
O interior de São Paulo ainda é o principal catalisador de aumento de vendas em 2018, com 4,82% de crescimento em agosto. Campinas obteve bons resultados no mês, recuperando parte das perdas de julho.
“Quando se avalia o estado de São Paulo percebemos o desemprego muito alto, com taxa de 13,6%. Os supermercados têm uma performance boa impulsionados, principalmente, pelo interior. Isso é explicado, em partes, pelo desemprego da região da grande São Paulo, que é de 1,8 milhão de pessoas ou 16,4%, bem acima da média estadual”, explicou Berka.
Nota Metodológica:
O Índice de Vendas dos Supermercados tem como objetivo acompanhar e analisar o desempenho das vendas do setor supermercadista no estado de São Paulo através da evolução do faturamento dos Hipermercados e dos Supermercados. A pesquisa é composta por hipermercados e supermercados do estado de São Paulo. Os indicadores são divulgados tanto em caráter de mesmas lojas (que consideram apenas lojas abertas há pelo menos um ano) e de todas lojas (que consideram todas as lojas criadas no período pesquisado). As análises dos resultados auxiliam os empresários do setor na tomada de decisão com relação a reabastecimento, investimentos, compras, estoque. E de maneira geral auxilia o mercado na análise de tendências, plano de negócios, potencialidades e inserção no mercado.
Fonte: Associação Paulista de Supermercados